OAB-GO investiga advogada que defende vítima e agressor no mesmo caso
Segundo a Ordem, caso seja comprovada, a advogada pode sofrer processo ético-disciplinar. Vítima retirou as queixas contra suspeito
atualizado
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Goiânia – A Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Goiás (OAB-GO) apura o caso de uma advogada que, supostamente, faz a defesa de uma mulher, vítima de violência doméstica, e o agressor dela, ao mesmo tempo. O caso, que aconteceu na capital goiana, ganhou repercussão na última semana, quando a mulher, de 28 anos, cortou os próprios pulsos, para denunciar a situação de cárcere privado e agressões a que estava sendo submetida.
Por meio de nota, a OAB-GO informou ao Metrópoles que, se confirmada, a conduta equivocada da jurista pode resultar em processo ético-disciplinar. “Os fatos apresentados pela imprensa são graves e, se comprovados, podem trazer consequências ético-disciplinares. Eventual processo ético e sigiloso e nada será feito sem observar o contraditório e ampla defesa”, afirmou a instituição.
Na última sexta-feira (6/1), a vítima foi até a Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher, em Goiânia, supostamente acompanhada pela advogada Naama Cabral de Lima e retirou as queixas contra o marido, Ariston Alves Meira Filho, de 56 anos, e pediu ainda a suspensão das medidas protetivas que haviam sido impostas ao companheiro dela.
A advogada alegou que a mulher tem doenças que podem levar à paranoia e que estava em um “possível surto”. Na ocasião, ela teria compartilhado ainda um laudo médico que relata que a jovem faz acompanhamento psiquiátrico devido a doenças que podem levar à alterações de humor, depressão, irritabilidade, paranoia, insônia.
Mesmo assim, de acordo com a Polícia Civil, o homem foi indiciado pelo crime de vias de fato, por ter dado um empurrão na vítima.
O Metrópoles entrou em contato com a Naama Lima, mas até o fechamento desta matéria não teve retorno. O espaço segue aberto para que ela se manifeste.
Pedido de socorro
O crime aconteceu no dia 3 de janeiro. Já no hospital, a vítima informou que estava no relacionamento há 10 meses e era mantida em cárcere privado há cerca de um mês. O marido chegou a ser preso em flagrante, mas foi solto após passar por audiência de custódia.
Segundo funcionários da unidade de saúde em que a mulher foi atendida, o homem tentou levá-la a força do local.