OAB diz que ataques de Bolsonaro a Barroso “desrespeitam brasileiros”
Nas últimas semana, o presidente fez declarações nas quais ameaça a realização das eleições em 2022, caso não haja voto impresso
atualizado
Compartilhar notícia
A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) divulgou nota, nesta sexta-feira (9/7), na qual repudia os ataques “inaceitáves” do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ao ministro Luís Roberto Barroso, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), e as acusações sobre “fraudes” no atual sistema eleitoral com urnas eletrônicas.
“É inadmissível que um homem público, que jurou respeitar a Constituição e leis, ataque ministros da Suprema Corte e desfira ameaças ao regime democrático, caso não haja o retorno do voto impresso. A delituosa declaração afronta os demais Poderes, o Estado democrático de direito e, principalmente, desrespeita o povo brasileiro”, diz a OAB.
O comunicado da OAB ressalta: “O sistema eleitoral eletrônico brasileiro funciona há décadas, se aprimorando ao longo do tempo, sendo auditado por todos os partidos políticos, Ministério Público e entidades da sociedade civil”.
“Desde a implantação da urna eletrônica nenhum episódio de fraude restou comprovado, o sistema eletrônico de votação trouxe celeridade e segurança ao eleitor, candidatos e partidos políticos”, segue a nota.
Leia a nota da OAB na íntegra:
NOTA DE REPÚDIO by Carlos Estênio Brasilino on Scribd
Entenda
Nas últimas semana, Bolsonaro fez declarações nas quais ameaça a realização das eleições em 2022, caso não haja voto impresso.
Durante conversa com apoiadores no Palácio da Alvorada nessa quinta-feira (8/7), Bolsonaro afirmou que as “eleições do ano que vem serão limpas”, em referência ao voto impresso, “ou não teremos eleições”.
Já nesta sexta, Bolsonaro ofendeu o ministro Luís Roberto Barroso, a quem chamou de “imbecil”, e, novamente, subiu o tom contra o que chama de “fraudes”, se o atual sistema eleitoral, com urnas eletrônicas, não for mudado para impressão do voto.
O chefe do Executivo federal, sem qualquer prova, afirmou que a fraude “está no TSE”. Barroso é o atual presidente da Corte eleitoral.