“O sistema Judiciário não se sobrepõe ao político”, diz Dallagnol
Coordenador da força-tarefa da Operação Lava Jato defendeu reformas na legislação pelo ‘combate à corrupção’ durante evento
atualizado
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O coordenador da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol, afirmou, nesta segunda-feira, 1, que ‘o sistema Judiciário não se sobrepõe ao sistema político’. Deltan Dallagnol faz comparações sobre a Mãos Limpas e a Operação Lava Jato. “Sem renovação das práticas políticas, o trabalho da Lava Jato pode ser, em grande medida, em vão”, diz, citando que essa é uma possível visão pessimista da questão.
“Contudo, ao mesmo tempo que vemos desafios, é preciso reconhecer os avanços. O fortalecimento do consenso na sociedade na direção de mais integridade”.
Deltan participa do evento “Estadão Discute Corrupção”, realizado na sede do jornal O Estado de S.Paulo em parceria com o Centro de Debate de Políticas Públicas (CDPP) para discutir as operações Lava Jato e Mãos Limpas.
O coordenador da força-tarefa afirmou que as críticas servem para reflexão, mas não é saudável haver campanhas de disseminação de fake news e de injúrias contra a operação.
Deltan Dallagnol iniciou sua fala brincando que não fará nenhum Power Point em sua apresentação. Ele fala que o esforço do livro nasce de uma preocupação de que houvesse uma deslegitimação e até esvaziamento da Lava Jato.
“A minha geração vê o direito penal com objetivo de proteger as vítimas e a sociedade. Tudo deve ser feito com direito ao respeito de defesa, às garantias fundamentais”, continua Dallagnol.
Dallagnol afirmou ainda ser preciso contribuir com a criação da própria história. “Precisamos de reformas contra a corrupção, como o pacote anticrime, para evitar retrocesso”.