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“O sentimento mais comum é o medo”, diz voluntária de abrigo no RS

O grande volume de chuvas no Rio Grande do Sul matou 90 pessoas e causou enchentes e prejuízos em 334 municípios do estado

atualizado

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Prefeitura Municipal de Santa Maria
cdm santa maria 2
1 de 1 cdm santa maria 2 - Foto: Prefeitura Municipal de Santa Maria

Um dos 334 municípios afetados pelas fortes chuvas que assolam o Rio Grande do Sul, Santa Maria monta abrigos improvisados para as vítimas desabrigadas e que não têm onde ficar. O Centro Desportivo Municipal (CDM), conhecido como “Farrezão”, é um dos espaços que estão acolhendo e abastecendo as pessoas atingidas pelo maior desastre natural da história do estado.

Uma das voluntárias do local, a estudante Júlia Vasques, de 21 anos, afirma que o ginásio está acolhendo a população desde o fim de abril, momento em que as chuvas pioraram em Santa Maria. Já foram registradas cinco mortes em Santa Maria.

“Imagino que todos estejam muito abalados, nesse momento, até os voluntários estão. A tristeza é muito grande de saber que o estado está passando pela sua maior tragédia e não temos o que fazer para impedir, apenas para ajudar”, contou.

O CDM já foi abrigo para outras vítimas em setembro de 2023, quando fortes chuvas causadas por um ciclone extratropical atingiram a região Sul, fazendo o nível do Rio Taquari subir.

O local foi estabelecido pela prefeitura e, segundo os dados mais recentes, abriga atualmente 29 adultos e 21 crianças. O CDM oferece serviços de enfermagem, mas as vítimas feridas de forma mais grave foram levadas para outros espaços de acolhimento.

“Acho que a esperança sempre existe, mas, num momento difícil como esse, o sentimento mais comum é o medo. A tragédia ainda não terminou, então, ao longo do mês, só vamos ter mais cidades afetadas. Estamos constantemente preocupados com todas as cidades, até mesmo as que não foram afetadas, como Pelotas e Rio Grande, que estão em risco”, disse.

A jovem contou que a maioria dos moradores da cidade e de municípios próximos foram afetados de alguma forma pelas enchentes. “Uma pessoa da minha família teve os pais afetados. Um casal de idosos que mora em Ivorá, cidade próxima de Santa Maria, teve que ser resgatado de helicóptero, pois a água e a correnteza estavam tão fortes que não podia ser resgatado de barco, como outras pessoas”, disse.

“Histórias como essa estão ficando cada dia mais comuns e recorrentes. Com as enchentes atingindo Porto alegre e Canoas, muitos já tiveram que evacuar de suas casas, se tornando refugiados climáticos. Outros estão sem água e sem internet, sem saber quando vai voltar”, explica a estudante.

Doações

O Centro Desportivo Municipal de Santa Maria precisa e está recebendo doações, tanto do próprio município como de outros estados e regiões.

As pessoas estão doando principalmente roupas, mas alimentos e itens de higiene também são necessários. “Quando fui ao supermercado fazer compras ontem, havia várias pessoas comprando insumos para doar também”, disse a jovem.

Portão verde com placas pedindo doação
Portão do CDM de Santa Maria: abrigo precisa de alimentos e roupas

A distribuição está sendo organizada pela prefeitura, e a coleta das doações é feita mediante a cadastro, que pode ser feito na hora ou pelo Centro de Referência de Assistência Social (Cras).

Os voluntários organizam as as doações, tanto de roupa como de comida, para montar kits de distribuição para as famílias afetadas.

Júlia explicou que os itens urgentes para o CDM em santa maria são os de higiene pessoal, materiais de limpeza, roupas infantis e juvenis masculinas e principalmente roupas íntimas, de todas as idades e tamanhos, além de alimentos não perecíveis, necessários para montar as cestas básicas.

Aqueles que quiser ajudar as vítimas de Santa Maria com dinheiro, pode fazer um pix para o endereço ajudachuvasm@gmail.com.

O dinheiro doado será usado para comprar insumos básicos

 

Tragédia no RS

O número de mortes na catástrofe causada pelas fortes chuvas no Rio Grande do Sul chegou a 90. Há ainda quatro óbitos sob investigação, 131 pessoas desaparecidas e 362 feridos. A informação consta no mais recente boletim da Defesa Civil do estado.

A tragédia já afeta 334 municípios e o total de pessoas afetadas pelos temporais chega a 1,1 milhão. Os temporais, seguidos de enchentes, deixaram imóveis, estradas e redes de energia elétrica destruídos.

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Ação do Corpo de Bombeiros no bairro Mathias Velho, em Canoas
Corpo de Bombeiros navega em bote no bairro Mathias Velho, em Canoas
Corpo de Bombeiros abre paredes para acessar pavimento submerso pela água no bairro Mathias Velho, em Canoas
Corpo de Bombeiros no bairro Mathias Velho, em Canoas
Pessoas buscam abrigo em cima de pontes na Região Metropolitana de Porto Alegre
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Região Metropolitana de Porto Alegre

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Ação do Corpo de Bombeiros no bairro Mathias Velho, em Canoas

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Corpo de Bombeiros navega em bote no bairro Mathias Velho, em Canoas

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Corpo de Bombeiros abre paredes para acessar pavimento submerso pela água no bairro Mathias Velho, em Canoas

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Corpo de Bombeiros no bairro Mathias Velho, em Canoas

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Pessoas buscam abrigo em cima de pontes na Região Metropolitana de Porto Alegre

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Posto de gasolina fica submerso no bairro Mathias Velho, em Canoas

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Parque de diversões no bairro Mathias Velho, em Canoas

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Corpo de Bombeiros navega em bote no bairro Mathias Velho, em Canoas

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Operação de resgate com o helicóptero do Corpo de Bombeiros na Região Metropolitana de Porto Alegre

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Muito lixo é arrastado por causa das chuvas no bairro Mathias Velho, em Canoas

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Mathias Velho, em Canoas

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Casas submersas na Região Metropolitana de Porto Alegre

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Operação de resgate com o helicóptero do Corpo de Bombeiros na Região Metropolitana de Porto Alegre

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Ônibus e carros ainda estão submersos na Região Metropolitana de Porto Alegre

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Além disso, uma frente fria preocupa as autoridades de resgate do RS. A temperatura pode chegar a 10°C nos próximos dias, com risco de hipotermia para as vítimas das enchentes que ainda aguardam por resgate em áreas de difícil acesso.

Uma janela de bom tempo entre o domingo (5/5) e esta terça-feira (7/5) deve contribuir para os resgates, segundo o Exército. No entanto, a previsão meteorológica é de instabilidade para todo o estado a partir de quarta-feira (8/5), com mais chuva e queda da temperatura.

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