“O que você decidir está bom para mim”, afirmou Rocha Loures a Temer
As duas notas foram destacadas pelos investigadores pela “intenção de Rodrigo Rocha Loures em se manter em Brasília”
atualizado
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Análise da Polícia Federal encontrou “notas” no aparelho celular do ex-assessor especial do presidente Michel Temer (PMDB) e ex-deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR). Para a PF, as mensagens corroboram a relação entre os peemedebistas.
A nota 1 cita a Caixa Econômica Federal. “Michel, acabo de ter ótima conversa com Henrique. Pedi a ele apoio para permanecer em Brasília. Ele concordou e sugeriu VP Caixa ocupada anteriormente pelo Moreira. Ressaltou-me que pelo meu perfil e estilo posso ajuda-lo e apoiá-lo (agora e no futuro).
A segunda nota apreendida pela PF se refere a Itaipu. “Michel, pode ser Itaipu. Idealmente, como sabe, gostaria de estar em Brasília ao seu lado servindo nosso governo, ao PMDB e ao Paraná. O que você decidir está bom para mim.”As duas notas foram destacadas pelos investigadores pela “intenção de Rodrigo Rocha Loures em se manter em Brasília”. Segundo a PF, existe a possibilidade de tais notas guardarem relação com a eleição de 2014. As informações são do blog de Fausto Macedo, do jornal O Estado de S. Paulo.
O relatório informa que o telefone foi usado a maior parte do tempo enquanto Rocha Loures exercia cargo na vice-presidência da República, cujo titular era o atual presidente. O peemedebista assumiu o cargo de Chefe da Assessoria Parlamentar da Vice-Presidência da República em maio de 2011. Após a eleição de 2014, o peemedebista foi nomeado novamente para o mesmo posto.
O telefone de Rocha Loures possui arquivos datados de 16 de novembro de 2006 até 15 de julho de 2013. Segundo a PF, o uso aparenta ser de 22 de outubro de 2011, ‘data que começa a receber e-mails’.
“Anteriormente havia em sua maioria apenas registros no calendário”, relata a Federal. Além das notas, a PF achou, no aparelho, uma foto datada de 30 de maio de 2012, na qual estão Rocha Loures e Michel Temer. Na imagem o ex-deputado está à esquerda do então vice-presidente, “aparentemente, em uma viagem à Turquia”.
Mala
Loures foi flagrado, em ação controlada da PF sobre executivos da JBS, recebendo uma mala de dinheiro com R$ 500 mil do diretor de Relações Institucionais da J&F, Ricardo Saud. O parlamentar foi afastado do cargo após decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), em 18 de maio.
Loures é acusado de receber propinas de R$ 500 mil semanais em troca de influência sobre o preço do gás fornecido pela Petrobras à termelétrica EPE — o valor da propina, supostamente “em benefício de Temer”, como relataram executivos da JBS, é correspondente a 5% do lucro que o grupo teria com a manobra.