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O que é o “golpe das frutas” denunciado por clientes do Mercadão de SP

Frequentadores contam que foram manipulados por vendedores com táticas agressivas, e acabaram pagando altos valores em frutas

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Movimentação no Mercadão Municipal, região central de São Paulo, nesta tarde de sexta-feira, 14
1 de 1 Movimentação no Mercadão Municipal, região central de São Paulo, nesta tarde de sexta-feira, 14 - Foto: Fábio Vieira/Metrópoles

São Paulo – Um dos mais famosos pontos turísticos de São Paulo, o Mercado Municipal é conhecido por sua variedade de frutas, produtos a granel, pasteis de bacalhau e sanduíches de mortadela. Mas, nas redes sociais e sites de viagens, o local também é alvo de alertas de visitantes, que reclamam das táticas de vendas agressivas, apelidadas de “golpe das frutas”.

No YouTube, Twitter, Instagram e TripAdvisor, turistas relatam que acabaram induzidos pelos vendedores das barracas de frutas exóticas. Assim que chega, o visitante é abordado pelos atendentes, que oferecem a ele uma grande variedade de frutas, brasileiras e importadas.

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Clientes alegam que pagam preços abusivos por frutas. Algumas pessoas contam que poucas frutas ultrapassou R$ 500.
Nas redes sociais, visitantes denunciam táticas agressivas de vendas.
Segundo os relatos, consumidores só são informado do preço na hora do pagamento, e valores são calculados por 100g, e não por quilo.
Há relatos de ameaças contra clientes que se recusaram a pagar os valores cobrados.
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Mercado Municipal de São Paulo.

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Clientes alegam que pagam preços abusivos por frutas. Algumas pessoas contam que poucas frutas ultrapassou R$ 500.

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Nas redes sociais, visitantes denunciam táticas agressivas de vendas.

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Segundo os relatos, consumidores só são informado do preço na hora do pagamento, e valores são calculados por 100g, e não por quilo.

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Há relatos de ameaças contra clientes que se recusaram a pagar os valores cobrados.

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Morangos, tâmaras, mangas, mexericas, entre outras, tudo acompanhado de um gentil atendimento. Enquanto isso, os comerciantes montam uma bandeja, entregue já embalada ao cliente. Na hora do pagamento, vem o susto: R$ 300, R$ 400, R$ 500 em frutas. O preço informado inicialmente é por 100 gramas, e não por quilo.

Em muitos relatos nas redes, visitantes dizem que ficaram sem reação e acabaram pagando, mas ao saírem do local foram tomados por um torpor ao perceber a manipulação. Outras pessoas contam que se recusaram a pagar e foram maltratadas pelos atendentes. Chegaram a ser seguidas pelos vendedores e até ameaçadas.

Relatos

Há relatos recentes e de anos atrás, referentes a várias barracas, indicando que se trata de um método de venda padrão no local. Bianca Aquiles, instrutora física brasileira que vive na Noruega, estava em São Paulo e foi com seu namorado e seu filho conhecer o Mercadão na semana passada.

Ela passou pela situação, fez um desabafo no Instagram e o caso repercutiu: recebeu mais de 300 respostas de pessoas contando que também se sentiram lesadas pelos vendedores de frutas do endereço.

Agora, ela criou uma página no Instagram chamada Golpe do Mercadão SP unindo esses relatos. Bianca disse ao Metrópoles que entrou no local e foi logo abordada por um vendedor, que lhe ofereceu diversas frutas para provar. “Experimenta esse morango com essa tâmara. Ele pressionava a gente, dava para o meu filho, foi nos deixando super confortáveis. E aí eu decidi pegar umas frutas porque o cara foi gentil”, conta.

Segundo Bianca, o vendedor embalou uma grande quantidade de frutas, escolhidas por ele mesmo, e enviou ao setor de pagamento, com o preço de R$ 400. “Eu tomei um choque. Pedi desculpa, falei que não poderia levar. E aí o cara já foi grosso comigo. ‘É o preço’, ele disse, já bem grosso. Aí ele deu um desconto e ficou R$ 300. Mesmo assim, achei super caro, mas, num surto, paguei. Dei cinco passos e caiu minha ficha: caí num golpe”, contou.

Ao se sentir mal pelo que havia passado, pesquisou na internet e encontrou centenas de comentários e posts em redes sociais de outras pessoas, que falavam a mesma coisa. Então ela decidiu publicar uma série de stories em seu Instagram para contar do ocorrido e alertar outros. “É um marketing desonesto”, reclama.

Avaliações negativas

Em uma avaliação no TripAdvisor de novembro do ano passado, um homem conta que foi ao Mercado Municipal de São Paulo para fazer turismo. Ele diz que estava passeando com sua esposa e, depois de muita insistência dos vendedores, o casal se dirigiu até uma quitanda com diversas frutas.

“O funcionário começou a oferecer para experimentar e nós caímos no canto da sereia. Todas as frutas não davam 2 quilos, porém a conta foi de R$ 370. Me senti como na obrigação de fazer o pagamento no momento, para logo em seguida me ver como feito de besta”, contou.

Em relato de outubro de 2019, um visitante de Aracaju disse que, ao passar pelo corredor principal, foi puxado pelos vendedores de frutas “que praticamente enfiavam morangos, toranjas e tâmaras” em sua boca e lhe deram uma bandeja de frutas sem que ele pedisse.

“Para a decepção deles eu já sabia dos famosos e infames golpes do Mercadão, disse que não queria e depois de muita insistência perguntei quanto era. Eram três morangos pequenos, três tâmaras pequenas, uma toranja tamanho normal e um kiwi dividido em duas metades. Ele pesou, vi o preço: 280 reais! Insisti que não queria. Resultado? O cara puxou a bandeja da minha mão e começou a xingar já que me prontifiquei a experimentar. Minha primeira reação foi a de correr pra perto de um guarda municipal, já que o cara estava praticamente me rondando”, relatou.

Desrespeito

Em um comentário de dezembro de 2020, um homem do Rio de Janeiro chamou a tática de “desrespeito ao consumidor”.

“Sempre perguntava os preços que não estavam expostos e o vendedor respondia um valor razoável. Quando cheguei ao caixa com todas as frutas já embaladas percebi que o valor que me foi informado era de 100 gramas da fruta. Tive que pagar R$ 120 por um abacaxi e mais R$ 180 por 200 gramas de morangos e tâmaras. Um constrangimento ilegal e vários artifícios ardilosos para conduzir o cliente ao erro”, afirmou.

No YouTube, há vídeos em que turistas dizem que foram “enrolados” ou “roubados” no Mercadão, e chegaram a gastar R$ 500 em frutas.

Desde o ano passado, o local foi concedido à iniciativa privada e é administrado pelo Consórcio Novo Mercado Municipal, não localizado pela reportagem. Não há registros no Procon-SP sobre os casos, nem de boletins de ocorrência.

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