“O Palmeiras não ter Mundial é culpa do Bolsonaro?”, ironiza deputado em CPI; veja
Ao escutar que Delgatti ficaria em silêncio, Abilio pediu que ele “desse um sorrisinho” se fosse verdade que comeu picanha no almoço
atualizado
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O deputado Abilio Brunini (PL-MT) ironizou o depoimento do hacker Walter Delgatti, o hacker da Vaza Jato, à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de janeiro. O depoente escolheu ficar em silêncio diante das perguntas do parlamentar.
Ao escutar que Delgatti ficaria em silêncio, Abilio pediu que ele “desse um sorrisinho” se fosse verdade que comeu picanha no almoço.
“O Palmeiras não ter Mundial é culpa do Bolsonaro?”, ironizou. “E parabéns pelo corte de cabelo. Foi por simetria do Alexandre [de Moraes]”, finalizou. Veja:
Delgatti também ficou em silêncio diante das perguntas de outros parlamentares da oposição, como Damares Alves (Republicanos-DF), Flávio Bolsonaro (PL), Marcos Rogério (PL-RO) e Delegado Alexandre Ramagem (PL-RJ), valendo-se do direito dado pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Delgatti na CPI
Mesmo que o Supremo Tribunal Federal (STF) tenha garantido a Delgatti o direito de não proferir sequer uma palavra, o “hacker da Vaza Jato” resolveu responder aos questionamentos iniciais da comissão. Ele afirmou que foi contratado pela deputada federal Carla Zambelli (PL) para administrar suas redes sociais.
“Posteriormente, ela disse que havia uma oportunidade de emprego para mim. Estive em Brasília, falei com o presidente e, logo em seguida, fiquei em Brasília. Vim trabalhar na parte de redes sociais do gabinete dela, nas redes dela. Ela me enviou a senha do site, das redes sociais, mas, logo em seguida, uma decisão do Moraes limitou as redes sociais dela”, contou.
Mudança no código-fonte
Delgatti detalhou a primeira reunião com Zambelli e líderes do PL, partido de Bolsonaro. “Na primeira reunião, estávamos a Carla, o presidente do PL (Valdemar da Costa Neto), os meus advogados, o irmão da Carla Zambelli e eu. E o marido da Carla Zambelli também. O assunto era bem técnico, até que o Valdemar agendou essa reunião mais tarde com o marqueteiro da campanha. O Valdemar entrou em contato com o marqueteiro, e ele disse que, às 15h, ia comparecer no PL”, contou.
O hacker também mencionou um segundo encontro. “O marqueteiro disse que o ideal seria que eu falasse sobre a credibilidade das urnas. A segunda ideia era, no dia 7 setembro, eles pegarem uma urna e colocarem um aplicativo meu. Registrar um voto e sair outro”, disse.
“O código-fonte é o código aberto. Compilado, ele vira apenas um, que é o que estava na urna. Quem tem acesso ao código-fonte antes de compilado consegue inserir linhas. O código-fonte obedece quem está criando ele. Eles queriam que eu fizesse um código-fonte meu e inserisse essas linhas, que chamam de código malicioso”, destacou o hacker.
“Ele tem como finalidade enganar, colocar dúvidas na eleição. Eu criaria um código meu. A ideia dele era falar que a urna, se manipulada, sairia o mesmo resultado. Um código-fonte fake. Essa apresentação fake iria explicar à sociedade e a quem estivesse em 7 de setembro, que era possível aquela urna que eles veem na eleição imprimir outro voto. A ideia era essa”, revelou.