O mercado de motos está bombando. Saiba as razões
Maioria compra para se livrar do alto custo de vida (e dos carros). Ou trabalhar. Mas as de alta cilindrada (e alto preço) ganham espaço
atualizado
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O preço da gasolina, instável e controlado artificialmente, e o desemprego rondando a porta de 11 milhões de brasileiros, têm feito o mercado de motocicletas crescer. O principal fator é a procura da moto para o trabalho, sobretudo no setor de entregas. Resultado: no primeiro semestre, foram emplacadas 636.698 motos – ou 23% acima do registrado no mesmo período do ano passado. Já a venda de carros despencou 26% no primeiro semestre de 2022.
Em 2019, no primeiro primeiro semestre, longe da pandemia de Covid-19, os fabricantes despacharam 530.152 unidades; em 2020, apenas 350.290; em 2021, melhorou e as vendas subiram para 517.326; agora, já chegaram a 636.698. De qualquer forma, o Brasil vai ter que se adequar a essa nova realidade: nesse mesmo período (2022) foram emplacados 683.173 carros.
Obviamente, as motos populares – principalmente as da Honda, se sobressaem. E há, claro, mais novos usuários, essencialmente da scooters, segmento que registrou um crescimento de 27%. Mas aquelas para lazer e aventura, de alta cilindrada, conquistam mais vagas em garagens brasileiras. E é desse segmento específico que fizemos um levantamento de boas novidades no semestre.
Honda Motos – O crescimento da marca no primeiro semestre foi de 25%. É o melhor primeiro semestre da empresa desde 2015. Os modelos da linha CG 160 e Biz, claro, foram os campeões. Mas o segmento de alta cilindrada também cresceu: foram 16% a mais nos emplacamentos. Isso é resultado da atualização do seu line up, com lançamentos importantes: a NC 750X, com transmissão DCT; a nova CB 1000R Neo Sports Café, com o sistema de conectividade Honda RoadSync; a linha 500, com as CB 500F e CB 500X, que são porta de entrada para o universo das motocicletas de alta cilindrada; e da X-ADV, com mais itens tecnológicos.
Kawasaki – A marca continua comemorando os 50 anos de lançamento mundial da ‘Linha Z’. Agora, acaba de apresentar no Brasil a nova ‘Z900 – Edição de Aniversário’, limitada a 200 unidades. A supernaked quadriciclíndrica de 948cm³ recebeu melhorias importantes – como sistema de iluminação totalmente em LED e painel de controle digital de última geração. E, claro, ganhou um design que homenageia as antigas ‘Z’ dos anos 80.
Com rodas, tanque e carenagens em vermelho, o modelo reverencia a lendária Z1100GP, que trazia, na época, esta cor como assinatura da Kawasaki. O preço? R$ 61.640. Quem comprar uma das 200 unidades leva um box comemorativo contendo um livro com a história da ‘Linha Z’ e um chaveiro.
Recentemente, a marca lançou a nova Z650RS – também de visual retrô, que remete às origens da ‘Linha Z’ dos anos 1970 e tem preço sugerido de R$ 47.530.
Triumph – Eterno charme, novos nomes: as motocicletas clássicas da família Bonneville, da Triumph, ganham, a partir do segundo semestre deste ano, já como linha 2023, novas nomenclaturas e algumas novas opções de cores. As mudanças ocorrem nos modelos Street Twin, que passa a se chamar Speed Twin 900, e Street Scrambler, cujo novo nome é Scrambler 900.
A inglesa já tinha apresentado, no começo do ano, a nova Tiger 1200: a Rally, com atributos off-road, e a GT, para os aficionados por viagens em asfalto de longas distâncias. Esse pacote de versões traz um conjunto de motor de três cilindros, refrigeração líquida e 1.160cc, com câmbio de seis velocidades e transmissão final feita por eixo cardã – e150cv, com torque de 13,2kgfm.
A Triumph, aliás, comprou este mês a fabricante de motocicletas elétricas Oset Bikes, de olho em uma nova geração de motociclistas que buscam a eletromobilidade. A Oset já vendeu em todo o mundo mais de 40 mil motocicletas com sua tecnologia elétrica desenvolvida internamente.
BMW Motorrad – A tradicional marca alemã anunciou recentemente que vai trazer até o fim de 2022 a esperada R 18, moto de linhas clássicas, totalmente customizável, que faz sucesso em todo o mundo. O modelo é equipado com o motor boxer mais potente da história da BMW: ele tem 1.800 cilindradas, dois cilindros, quatro válvulas, bloco e transmissão feitos de alumínio e um moderno sistema de arrefecimento a ar e óleo.
E por falar em BMW, a R 1250 GS emplaca cerca de 400 unidades/mês, sendo a líder desse segmento bigtrail.
Ducati – A marca italiana trouxe a big trail Multistrada V4 S, a sua mais poderosa adventure, ao custo de R$ 150 mil. Ela tem um pacote eletrônico de respeito, incluindo um radar adaptativo produzido em parceria com a Bosch. É uma ajuda avançada, com sensores instalados entre os faróis dianteiros e sob a lanterna traseira para monitorar os pontos cegos e atuar em conjunto com um controle de cruzeiro adaptativo. As informações são exibidas pelo painel digital, uma tela TFT de 6,5 polegadas, com conectividade via Wi-Fi e Bluetooth, além de GPS.
Harley-Davidson – A Pan America, primeira big trail da marca norte-americana, veio caprichada para garantir espaço no segmento de motos na faixa dos R$ 150 mil. A Pan America 1250 Special tem design exclusivo, engenharia inovadora e outros atributos. Seu peso de 258kg garante melhor aceleração, condução e frenagem. Até o novo motor Revolution Max 1250, de 150cv ajudou a reduzir o peso. Ela traz também um inédito sistema (ARH) que abaixa automaticamente a motocicleta quando está parada e sobe para a altura ideal quando em movimento. É a primeira motocicleta do mundo a ter esse benefício. Como mostramos aqui, a H-D se movimenta desde o início do ano.
E mais
As vendas financiadas de veículos em junho, por exemplo, tiveram queda de 13,1% se comparado ao mesmo período de 2021. Mas o segmento de motos registrou crescimento de 12,8%. Os dados são da B3, que opera o Sistema Nacional de Gravames (SNG), a maior base privada do país.
A Yamaha aproveitou o lançamento do filme Thor: Amor e Trovão para apresentar uma edição especial da Fazer, de apenas 1.000 exemplares. A FZ25 Thor tem pintura e grafismos inspirados na armadura do Deus do Trovão. O martelo de Thor, claro, está lá no para-lama dianteiro.
