O conceito de direita e esquerda se aplica nas eleições municipais?
Cientista político explica que eleições municipais possuem uma característica diferente e não caminham muito pela polarização
atualizado
Compartilhar notícia
O Brasil deve eleger mais de 5 mil prefeitos e cerca de 50 mil vereadores nas Eleições Municipais de 2024. Apesar da última eleição presidencial ter sido bastante polarizada, é pouco provável que o cenário se repita no pleito deste ano.
Segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), foram registradas 438.183 mil candidaturas para as municipais. Do total, cerca de 14 mil correspondem a candidaturas para prefeitura, e 408 mil para vereadores.
Murilo Medeiros, cientista político, explica o que mais difere a direita e a esquerda, e como fica o centro diante da polarização política.
“As definições entre direita e esquerda simbolizam nuances diferentes de acordo com contextos sociais e políticos. Historicamente, o conceito de direita esteve atrelado à defesa da liberdade, já a base doutrinária da esquerda manteve vinculação com o discurso da igualdade. Porém, no contexto político atual, o que tem diferenciado a direita da esquerda são as questões que se referem à pauta moral. A direita com viés conservador e a esquerda com a pauta progressista. Em um cenário polarizado, os centristas ficam espremidos entre os dois polos do espectro ideológico.”
Para o especialista, as eleições municipais possuem uma característica diferente, na qual não existe uma definição clara entre esquerda e direita, e os debates ficam acerca de temas locais.
“A população está interessada na oferta de creches, na qualidade da merenda escolar, na expansão dos postos de saúde, na infraestrutura urbana, como pavimentação de vias e iluminação pública, entre outros”, explica Medeiros.
Confira a página especial sobre as Eleições de 2024
Nas Eleições Municipais de 2020, o Partido Liberal (PL), do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), e o Partido dos Trabalhadores (PT), partido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), não conseguiram eleger nenhum prefeito nas 26 capitais do Brasil.
Medeiros analisa que, apesar do contexto político polarizado, que pode respingar em algumas metrópoles, o cenário mostra que o eleitor quer ir além da disputa entre esquerda e direita.
“O eleitor nutre a expectativa de presenciar debates propositivos em torno de gestores que possam encaminhar soluções para os problemas públicos das cidades”.
