Nuzman entra com pedido de habeas corpus e vê prisão abusiva e ilegal
Ele está preso desde o dia 5, no Rio, sob suspeita de corrupção durante o processo de votação que elegeu a cidade como sede da Olimpíadas
atualizado
Compartilhar notícia
A defesa do presidente afastado do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), Carlos Arthur Nuzman, entrou com um pedido de habeas corpus, na madrugada desta terça-feira, no Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF2). Na alegação, o escritório Nélio Machado Advogados chama a prisão preventiva do dirigente de “medida abusiva, desnecessária e ilegal”. Também argumenta que a interpretação do juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal, que decretou a prisão preventiva de Nuzman, nesta segunda-feira, é “equívoca” a falar do “atleta consagrado” e “denodado dirigente esportivo”.
Nuzman está preso desde o último dia 5, no Rio, sob suspeita de corrupção durante o processo de votação que elegeu o Rio de Janeiro a sede da Olimpíada de 2016, da qual o dirigente brasileiro também foi o presidente do Comitê Organizador Local.
Além disso, os advogados chamam “a hipótese formulada pelo Ministério Público”, com participação de Nuzman, “na empreitada criminosa”, “de criação mental de seus algozes, que não contam com qualquer elemento de prova capaz de respaldar a tese arquitetada”.
Eles também alegaram que a colaboração da França ao grupo da Lava Jato no Rio, na Operação Unfair Play, “vicejou a imaginação fértil de investigadores”. “Só depois da investigação em curso na França, por delito que não tem previsão normativa no direito penal brasileiro, e a partir da implementação de acordo de colaboração é que vicejou a imaginação fértil de investigadores, levando à conjectura de que existisse, há muito, uma “organização criminosa”, diz a peça.
Por fim, os advogados argumentam que “não se tem prova consistente de comprometimento” de Nuzman na acusação da Operação Unfair Play, que denunciou a compra do voto do presidente da Associação das Federações Internacionais de Atletismo, Lamine Diack, por US$ 2 milhões, para a escolha da sede olímpica de 2016.