“Nunca pensei em renunciar. Estou animadíssimo”, diz Pezão
Após a intervenção determinada por Temer, a Segurança Pública do Rio de Janeiro está sob as ordens do general Walter Souza Braga Netto
atualizado
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O governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão (MDB), afirmou nesta sexta-feira (16/2) que “nunca” pensou em renunciar ao cargo e que está “animadíssimo” com a intervenção do governo federal na área de segurança do Estado.
“Nunca (pensei em renunciar). Estou animadíssimo com o decreto”, declarou o chefe do Executivo fluminense.
O governador rechaçou que a corrupção seja culpada pela crise financeira no Estado e disse que a queda no preço do petróleo prejudicou as contas do Rio. “A corrupção tem que ser combatida, mas o déficit do Estado não é devido a isso”, destacou, reforçando que não é o “culpado do preço do barril de petróleo ter caído”. “O Rio tem uma dependência do petróleo e tivemos uma queda de receita de 26% nos últimos anos.”Segundo Pezão, o uso do fuzil está sendo banalizado e a intervenção na segurança do Estado decretada pelo presidente Michel Temer era fundamental. “Sempre fui favorável ao uso das Forças Armadas ajudando na segurança”, disse.
Pezão afirmou ainda que tinha pedido inicialmente uma Garantia da Lei e da Ordem (GLO) ampliada, mas que foi convencido de que a intervenção era necessária. O governador afirmou que não se sente desconfortável com a medida e que o fato de a segurança estar sob o comando do general Braga Neto “não nos diminui em nada”.
O governador disse ainda que o Rio não é a capital mais violenta e que o processo de intervenção não foi feito antes porque ele é complexo e o próprio Exército tem cautela em ações como esta. “Intervenção é experiência, daqui a pouco pode ser pedida no Brasil inteiro”, afirmou.
Para Pezão, os candidatos a governadores e à Presidência do País terão que debater segurança. Ele destacou que o Estado é cortado por importantes rodovias e que está também tendo problemas em áreas em que é preciso o uso da Marinha, como Angra dos Reis e Paraty. Segundo ele, serão necessárias algumas ações específicas nesta área marítima.
Pezão disse ainda que o interventor terá autonomia para escolher seus auxiliares e minimizou a possibilidade de a corrupção se espalhar das polícias para as Forças Armadas. “A polícia nunca deixou de cortar na própria carne e punir (maus policiais)”, disse.