“Nunca houve interferência” na Petrobras, diz ministro de Minas e Energia
Bento Albuquerque afirmou que ciclo de Roberto Castello Branco na empresa está terminando e que a saída já era avaliada
atualizado
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O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, nega interferência do governo na Petrobras com a troca de comando da estatal anunciada na sexta-feira (19/2). De acordo com Albuquerque, Roberto Castello Branco está “terminando” o ciclo dele na estatal, e a troca já era avaliada.
O nome indicado pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) para comandar a empresa é o do general Joaquim Silva e Luna, diretor-geral da Itaipu Binacional e ex-ministro da Defesa no governo Michel Temer (MDB). Segundo Albuquerque, como o mandato de Castello Branco se encerra dia 20 de março, a troca de comando pode ser feita sem demissão.
“O presidente da Petrobras está terminando o ciclo de dois anos, no dia 20 de março. Já estava sendo avaliada uma substituição. Foi escolhido o Silva e Luna pelo excelente trabalho em Itaipu, onde ele também estava encerrando o ciclo dele”, disse Albuquerque, em entrevista ao jornal O Globo.
O ministro também afastou a tese de interferência na Petrobras e na política de preços da empresa. “Nunca houve interferência, não haverá interferência, até porque não teria como. A Petrobras tem uma governança bem clara. O próprio estatuto da Petrobras não permite isso. Não tem por que interferir e não há como interferir”, afirmou.
O anúncio do quarto reajuste no preço dos combustíveis pela Petrobras, na última quinta-feira (18/2), foi a gota d’água para a saída de Castello Branco. Pressionado especialmente pelos caminhoneiros, o presidente da República vinha dizendo que haveria mudança na estatal.
Em uma tentativa de normalizar a troca de comando, Albuquerque comparou a mudança na Petrobras com uma alteração na Procuradoria-Geral da República (PGR):
“A não recondução do Castello Branco é uma opção que o governo tem, à semelhança do que ocorre na PGR, que pode ser reconduzido ou não.”