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Número de mulheres “hackers” para teste de urnas no TSE aumenta 157%

O Teste Público de Segurança das Urnas ocorrerá entre 27 de novembro e 1º de dezembro. Nesta edição, houve recorde de participantes

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Urnas eletrônicas código-fonte - Metrópoles
1 de 1 Urnas eletrônicas código-fonte - Metrópoles - Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

O número de mulheres inscritas para o Teste Público de Segurança da Urna (TPS), que ocorre no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), aumentou 157% na edição de 2023. O recorde, comparado com 2021, ocorre tanto na participação feminina quanto no número de inscritos que pretendem ajudar a auditar e aprimorar o sistema de votação no Brasil.

O TPS é uma das etapas mais importantes de fiscalização das urnas e apoio na melhoria dos sistemas. Neste ano, o teste ocorre entre 27 de novembro e 1º de dezembro. Consiste em ações controladas com o objetivo de identificar vulnerabilidades ou falhas relacionadas à violação da integridade ou do anonimato dos votos de uma eleição, além de apresentar as respectivas sugestões de melhoria.

No total, 85 participantes tiveram a pré-inscrição aprovada pela Justiça Eleitoral. Desse total, 29 optaram por atuar sozinhos, e outros 56 estão divididos em 15 grupos.

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As urnas eletrônicas têm 25 anos e são protagonistas da maior eleição informatizada do mundo
Elas são testadas por especialistas de fora do TSE em busca de fragilidades
Até hoje, nenhum caso de fraude foi detectado nas votações eletrônicas
A eleição brasileira usa o voto eletrônico desde 1996
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Urnas eletrônicas

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As urnas eletrônicas têm 25 anos e são protagonistas da maior eleição informatizada do mundo

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Até hoje, nenhum caso de fraude foi detectado nas votações eletrônicas

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A constante busca da Justiça Eleitoral pela igualdade de gênero, despertou ainda, a vontade de mulheres especialistas em sistemas, ou as chamadas “hackers do bem”, para serem investigadoras nessa edição, que visa o aprimoramento para as eleições de 2024.

Na última edição do TPS, em 2021, sete mulheres integravam os grupos que tentam invadir os sistemas usados no processo eleitoral e contribuem com melhorias, caso encontrem eventuais brechas.

Para a edição de 2023, são 18 mulheres inscritas, sendo um grupo com quatro mulheres e apenas um homem, sendo todo ele coordenado por uma mulher. Um acréscimo, de 2021 para 2023, de 157% no número de inscritas.

Confira nome das inscritas:

Individuais
Janaína Santos Nascimento
Érika Maria Rodrigues de Castro
Aline Barbosa da Silva
Márcia Aparecida Reis

Grupo
Tatiana dos Santos Gomes Franca (esteve em 2021)

Mariana Lagares de Paula (esteve em 2021)
Maria Helena Lopes Sales (esteve em 2021)
Iracila de Nazaré Moraes da Silva
Obs.: 4 mulheres e 1 homem

Grupo
Rhayara Rodrigues Fiorentin (grupo)
Obs.: 4 homens e 1 mulher

Grupo
Tamires da Silva Ferreira
Maria Luceilda de Lima Santos
Maria Aparecida de Sena Santos
Obs.: 3 mulheres e 1 homem

Grupo
Hitatiana M.S.F.S Guia
Obs.: 1 homem e 1 mulher

Grupo
Maria Isabel Vasconcelos Lima
Obs.: 1 mulher e 4 homens

Grupo
Camila Ferreira Alves
Obs.:1 mulher e 3 homens

Grupo
Eloisa Pétala Valerio
Obs.: 1 mulher e 2 homens

Grupo
Nayara Ayres (esteve em 2021)
Aline Diniz de Oliveira
Obs.: 2 mulheres

Participação

O Teste Público de Segurança da Urna é um evento constante do calendário da Justiça Eleitoral, realizado no ano anterior às eleições. Qualquer brasileira ou brasileiro pode participar do teste da urna, desde que tenha 18 anos completos e atenda aos requisitos do edital.

Ele é voltado a especialistas com interesse em colaborar com a Justiça Eleitoral no aprimoramento dos sistemas eletrônicos de votação e apuração.

Segundo explicações de integrantes do TSE, o TPS tem como objetivo fortalecer a democracia, a confiabilidade, a transparência e a segurança dos processos de captação e apuração dos votos, além de propiciar o aperfeiçoamento constante do processo eleitoral.

Avanços

Desde a primeira edição, em 2009, o TPS contribuiu para que ocorram avanços no processo eleitoral. O evento enfatiza, ainda, o caráter de colaboração da sociedade com a Justiça Eleitoral.

Nas seis primeiras edições — realizadas em 2009, 2012, 2016, 2017, 2019 e 2021 —, o Teste da Urna somou 202 horas de testes públicos, executados por 148 investigadores, que colocaram em prática 96 planos de ataque às urnas eletrônicas.

O teste reúne especialistas em Tecnologia da Informação e Segurança da Informação das mais diversas organizações, instituições acadêmicas, órgãos públicos, entre outros, para realizar planos de ataque aos sistemas eleitorais, bem como aos softwares e hardwares da urna eletrônica.

Com o teste, o TSE busca:

  • identificar eventuais falhas ou vulnerabilidades nos procedimentos e nos sistemas eleitorais;
  • possibilitar a realização de correções e aprimoramentos a partir dos resultados apresentados;
  • testar a confiabilidade da captação e da apuração dos votos; e
  • verificar a robustez e a maturidade do Sistema Eletrônico de Votação e Apuração brasileiro, com a finalidade maior de realizar melhorias contínuas no processo eleitoral, acompanhando os avanços na tecnologia mundial, especialmente nas áreas de Tecnologia e Segurança da Informação.

Veja algumas perguntas respondidas pelo TSE para explicar o TPS:

O que é o Teste da Urna?
Teste da Urna, é um evento que consta no calendário eleitoral — previsto na Resolução nº 23.444 — onde qualquer brasileira ou brasileiro maior de 18 anos pode apresentar um plano de ataque aos sistemas eleitorais envolvidos na geração de mídias, votação, apuração, transmissão e recebimento de arquivos.

O Teste da Urna envolve várias etapas, desde a apresentação dos sistemas eleitorais para as investigadoras e os aos investigadores, abertura do código-fonte, recebimento dos planos e o período de ataque propriamente dito, finalizando meses depois quando o TSE convida os envolvidos para testar novamente os sistemas e verificar se as falhas foram corrigidas.

Desde quando o Teste da Urna é realizado?
A primeira edição do Teste da Urna ocorreu em 2009 e, desde então, foram realizadas outras cinco edições: 2012, 2016, 2017, 2019 e 2021.

Em 2016, o Teste da Urna passou a ser obrigatório e disciplinado pela Resolução do TSE nº 23.444/2015. A norma prevê que os testes sejam realizados, preferencialmente, no ano anterior à eleição, para que eventuais falhas possam ser corrigidas nas urnas eletrônicas que serão utilizadas no pleito.

Quantas pessoas já participaram?
Até agora, 148 investigadoras e investigadores já participaram dos testes públicos de segurança. Nestas seis edições do Teste da Urna, 96 planos de ataques foram realizados e 202 horas de testes executados.

Outros países realizam testes públicos de votação?
O TSE tem conhecimento de que a Suíça realizou pela primeira vez em 2019 um Teste Público de Invasão (PIT, sigla em inglês).

Em 2013, a Associação de Autoridades de Voto da Califórnia, nos Estados Unidos, foi formada para manter os esforços em direção aos sistemas de votação de código aberto de Licença Pública Geral.

Também é possível verificar a realização de “desafios hacker” de invasão de urnas eletrônicas comerciais (vendidas abertamente no mercado internacional, e sem restrições e customizações, para um determinado sistema eleitoral e seus elementos de segurança), como o realizado na Def Con 2017 — um dos maiores eventos de segurança da informação no mundo, no qual estavam presentes técnicos da equipe do TSE.

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