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Número de mortes violentas no Brasil é o menor dos últimos 13 anos

Brasil teve queda de 3,4% na taxa de assassinatos em 2023. Número de latrocínios também diminuiu, com 21% a menos do que em 2022

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Foto colorida de faixa local de homicídio - Metrópoles
1 de 1 Foto colorida de faixa local de homicídio - Metrópoles - Foto: André Borges/Esp. Metrópoles

A quantidade de mortes violentas intencionais no Brasil é a menor dos últimos 13 anos, mas ainda é bastante alta, ficando acima da média mundial. Foram 46,3 mil assassinatos no ano passado, menor quantidade de vítimas quando se olha o histórico desde 2011.

É o que mostra o Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2024, divulgado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) nesta quinta-feira (18/7). As mortes violentas intencionais incluem homicídios, latrocínios, lesão corporal seguida de morte e mortes em ações policiais. Os dados são coletados com as Secretarias de Segurança Pública dos estados e DF.

O latrocínio, que é o roubo seguido de morte, teve a queda mais significativa entre os tipos de mortes violentas. Entre 2022 e o ano passado, os óbitos por latrocínio caíram 21%, de 1.243 para 981 vítimas.

A taxa de morte violenta por 100 mil habitantes em 2022 foi de 23,6. Já no ano passado foi de 22,8. Isso representa uma queda de 3,4% no índice.

Mesmo com a queda, a taxa do Brasil é bastante alta quando comparada à de outros países. A taxa mundial de homicídios por 100 mil habitantes é de 5,8. Ou seja, no Brasil, é quase quatro vezes maior do que no resto do mundo.

Segundo o FBSP, o Brasil representa 3% da população mundial, mas 10% de todos os homicídios cometidos no planeta são aqui.

Os mais violentos

Os estados com as maiores taxas de mortes violentas são Amapá, Bahia e Pernambuco. Já os estados com a menor taxa de assassinatos são São Paulo, Santa Catarina e o Distrito Federal.

Das 10 cidades com as maiores taxas de mortes violentas intencionais, na primeira posição vem Santana, no Amapá. Seis delas são na Bahia, como os municípios baianos de Camaçari e Jequié.

Assim como em edições anteriores do Anuário, os piores números de homicídios se concentram nas regiões Norte e Nordeste, locais onde há uma intensa disputa entre facções por rotas e território, além de altas taxas de mortes em ações policiais.

O Anuário deste ano fez um ranking das cidades brasileiras com maiores taxas de mortes pela polícia. Em quatro delas, mais da metade do total de homicídios de 2023 foram cometidos por policiais no horário de folga ou não. São elas: Angra dos Reis (RJ), Itabaiana (SE), Jequié (BA) e Lagarto (SE).

As polícias mais letais são as do Amapá, da Bahia e de Sergipe. O levantamento mostrou ainda que mais de 80% dos mortos em ações policiais são pretos ou pardos. Isso significa que o risco de um negro morrer por intervenção da polícia é 3,8 vezes maior que de um branco.

Violência dentro de casa

Os crimes que costumam ter relação com os ambientes familiares registraram aumento, quando comparado a 2022 e 2023.

Todas as modalidades de violência contra mulheres, por exemplo, cresceram. Casos de violência psicológica subiram 33,8%. As vítimas de tentativa de feminicídio aumentaram 7,1%. Registros de ameaça também cresceram 16,5%.

O histórico de dados levantados pelo FBSP mostra que entre 2011 e 2023 os casos de estupro cresceram 91,5% no Brasil. O país registra um estupro a cada seis minutos, segundo o estudo.

Mais de 80% dos agressores de vítimas de 0 a 13 anos são familiares ou conhecidos. As cidades com maiores taxas de estupros no país são Sorriso (MT), Porto Velho (RO), Boa Vista (RR), Itaituba (PA) e Dourados (MS).

Outros números

As estatísticas calculadas pelo FBSP mostram ainda que os crimes de rua caíram em 2023, enquanto os casos de estelionato aumentaram.

O roubo de celular, por exemplo, caiu 10,1%. Já os registros de estelionato aumentaram. No Brasil, é registrada a média de um golpe a cada 16 segundos.

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