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Núcleo financeiro do PCC movimentava até R$ 1 milhão por mês, diz PF

Mais de 400 contas usadas pela facção para administrar valores ilícitos foram identificadas e bloqueadas no âmbito da Operação Cravada

atualizado

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1 de 1 Michael Melo/Metrópoles - Foto: Michael Melo/Metrópoles

O núcleo financeiro do Primeiro Comando da Capital, o PCC, alvo da Operação Cravada deflagrada nesta terça-feira (06/08/2019), movimentava de R$ 800 mil a R$ 1 milhão por mês. Segundo a Polícia Federal, os valores são relativos aos gastos da facção com a sustentação da “estrutura de rede montada em volta das cadeias”, além da aquisição de drogas e armas.

Cerca de 180 agentes da Cravada cumprem 85 mandados – 55 de busca e apreensão e 30 de prisão – em sete estados – São Paulo, Paraná, Mato Grosso do Sul, Acre, Roraima, Pernambuco e Minas Gerais. Até o momento, a PF fez 28 prisões: oito delas em presídios e duas em flagrante.

De acordo com a Polícia Federal, o núcleo financeiro da facção era responsável por recolher e gerenciar as contribuições em âmbito nacional. O esquema consistia na arrecadação de valores de membros, chamados de “rifas” – a cobrança era feita a cada dois meses, e em alguns estados do país, como uma mensalidade.

Em coletiva, o coordenador da operação, delegado Martin Purper, afirmou que a investigação encontrou planilhas que registravam a “contabilidade” da facção, inclusive com a indicação de dívidas.

Segundo o delegado, as pessoas não efetuavam o pagamento das contribuições eram excluídas e deixavam de fazer parte da organização, ou, por vezes, aceitavam serem “castigadas para serem perdoadas” ou ainda “pagavam com a prática de crimes”.

O repasse do dinheiro aos líderes da organização era feito em um esquema de “pirâmide”, por meio de diferentes contas bancárias, frisou o delegado.

A Polícia Federal informou que as 418 contas ligadas à facção identificadas e bloqueadas no âmbito da Cravada são “de passagem”, utilizadas para administrar valores e eram utilizadas de maneira alternada.

Os valores eram utilizados “para pagar a aquisição de armas de fogo e de entorpecentes para a facção, além de providenciar transporte e manutenção da estadia de integrantes e familiares de membros da organização em locais próximos a presídios”, indicou a PF.

No âmbito da operação deflagrada nesta manhã, a Justiça atendeu um pedido da investigação e determinou, se houver demanda, a interrupção de visitas para “impedir que os líderes da facção continuem dando ordens de dentro dos presídios”.

A medida tem relação com o método utilizado pelos membros da facção que utilizavam bilhetes, chamados de “bate-bola”, para se comunicarem com os integrantes presos. Segundo Purper, os bilhetes são uma das principais formas de comunicação das facções. O delegado também indicou que nesta manhã foram apreendidos bilhetes que ainda seriam levados para dentro de unidades prisionais.

O coordenador da Cravada também apontou que planilhas relacionadas às penitenciárias federais “demonstraram que visitantes do presos recebiam valores como forma de contribuição por informações que entravam e saiam dos presídios. A apuração identificou R$ 311 mil de gastos entre os visitantes das penitenciárias federais por mês.

A Polícia Federal informou que os investigados podem responder pelos crimes de tráfico de entorpecentes, associação para o tráfico, organização criminosa, entre outros.

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