Novo presidente da Petrobras é especialista em estradas e guerras
General Joaquim Silva e Luna era presidente de Itaipu e foi indicado pelo presidente Jair Bolsonaro na noite desta sexta
atualizado
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Anunciado como novo presidente da Petrobras pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) nesta sexta (19/2), o general quatro estrelas Joaquim Silva e Luna foi o primeiro militar a comandar o ministério da Defesa em 20 anos, no governo de Michel Temer, e estava atuando como presidente da estatal Itaipu Binacional.
O substituto do economista Roberto Castello Branco tem formação em engenharia. Fez carreira militar em batalhões que atuam na construção de estradas e, segundo perfil feito pelo portal especializado DefesaNet quando virou ministro de Temer, “é apontado por colegas das Três Forças como um exímio especialista tanto em guerra de selva quanto de inteligência em combate urbano, com apurado faro político”.
Silva e Luna possui pós-graduação em Política, Estratégia e Alta Administração do Exército e em Projetos e Análise de Sistemas, mestrado em Operações Militares e doutorado em Ciências Militares, cursos de Guerra na Selva e de Combate Básico das Forças de Defesa de Israel, onde foi adido militar de 1999 a 2001.
Estava na reserva em 2014, quando foi convocado pelo então ministro da Defesa Jaques Wagner, no governo de Dilma Roussef (PT), para ser secretário-geral de Pessoal, Ensino, Saúde e Desporto. Está na administração pública federal desde então.
“A arma que o general Silva e Luna escolheu no Exército foi a engenharia. Como comandante desses batalhões de engenharia e construção, abril estradas pelo Brasil inteiro. Mas é muito habilidoso também na política. Foi adido militar em Israel e sua tarefa era justamente negociar a paz e evitar conflitos”, disse, em 2018, o agora ministro – e também general – Augusto Heleno.
Em Itaipu, o novo presidente da Petrobras buscou uma política de austeridade. Ele mudou o comando da estatal de Curitiba para Foz do Iguaçu e enxugou o quadro de funcionários.
Troca em meio a pressões
A troca no comando da Petrobras acontece um dia depois de Jair Bolsonaro criticar as sucessivas altas no preço dos combustíveis e ameaçar o agora ex-presidente da estatal, Roberto Castello Branco.
“Nesses dois meses nós vamos estudar uma maneira definitiva de buscar zerar o imposto para ajudar a contrabalancear esses aumentos, no meu entender excessivo, da Petrobras. Mas eu não posso interferir, nem iria interferir na Petrobras, se bem que alguma coisa vai acontecer na Petrobras nos próximos dias, você tem que mudar alguma coisa, vai acontecer”, disse Bolsonaro em live nessa quinta (18/2).