Novo marco temporal de áreas indígenas enterra o Brasil, diz Bolsonaro
Presidente criticou discussão no STF sobre marco temporal indígena e chamou o ministro Edson Fachin de “trotskista-leninista”
atualizado
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São Paulo – Durante evento na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) nesta quarta-feira (15/12), o presidente Jair Bolsonaro (PL) criticou a discussão no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o marco temporal indígena, e disse que se o novo texto for aprovado, vai “inviabilizar o agronegócio” e “enterrar o Brasil”.
“A quem interessa isso? Nem era para estar sendo discutido isso. Tá um a um o placar, [Edson] Fachin votou pelo novo marco temporal, não é novidade, trotskista-leninista, né?! O Kassio [Nunes Marques] empatou, vista está com o nosso Alexandre de Moraes, não sei qual vai ser o voto dele. Mas nós sabemos: se perdermos, eu vou ter que tomar uma decisão porque eu entendo que este novo marco temporal simplesmente enterra o Brasil”, afirmou.
“Se reabrir a discussão, um novo marco temporal, são centenas de áreas indígenas que deverão ser demarcadas no Brasil. Se hoje já temos uma área do tamanho da região Sudeste como terra indígena, teremos mais uma área agora tamanho da região Sul, e pela localização geográfica dessas terras indígenas, vamos inviabilizar o agronegócio”, disse Bolsonaro.
“Boa relação”
Em outro momento, o presidente falou sobre a sua mais recente indicação ao Supremo, André Mendonça, atual ministro da Justiça e ex-advogado geral da União (AGU). Ele disse “ter certeza” que não terá surpresas com Mendonça no tribunal, e disse que para alguém ser indicado, é preciso ter uma boa relação com ele.
“Indicamos a segunda pessoa para o STF. Pode ter certeza, não vou pedir nada para ele, tudo que vi ao longo de três anos no André Mendonça, ele vai cumprir no Supremo, pautas conservadores, econômicas, não vamos ter sobressalto com ele lá. Indicação de quem? Pressionado por quem? Currículo vale? Vale, mas para ser indicado tem que tomar tubaína comigo, tem que olhar para ele em campo, ele sabe o que tem que fazer. Se não, não dá certo”, comentou.
Em São Paulo desde a manhã desta quarta, Bolsonaro se reuniu com o prefeito Ricardo Nunes (MDB), com quem firmou um acordo sobre o Campo de Marte, e depois visitou Silvio Santos em sua residência no Morumbi, zona oeste da capital. A noite, vai se reunir com a comunidade libanesa no Clube Monte Líbano.