“Nossa missão é não atrapalhar quem quer produzir”, diz Bolsonaro
Em lançamento de projeto em Goiás, presidente afirmou estar preocupado com questões ambientais, mas ponderou que elas devem estar casadas com a economia do país
atualizado
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O presidente Jair Bolsonaro (PSL) afirmou, nesta quarta-feira (05/06/19), que o governo está preocupado com as questões ambientais, mas elas devem estar “casadas” com a economia do país. “A primeira missão nossa é não atrapalhar quem quer produzir”, afirmou. O depoimento foi dado durante cerimônia de lançamento do projeto Juntos pelo Araguaia, em Aragarças, Goiás. A declaração ocorreu no mesmo dia em que se comemora o Dia Mundial do Meio Ambiente.
O projeto prevê a revitalização da Bacia Hidrográfica do Rio Araguaia e a restruturação das áreas de preservação ambiental e florestal da região. O programa cuidará também de ações de conservação do solo, de apoio a atividades produtivas e ao agronegócio. Além disso, espera-se que, por meio do turismo, o local consiga atrair investimentos privados.
“Ninguém quer destruir o meio ambiente, mas não queremos que seja um entrave no Brasil”, disse o ministro do Desenvolvimento Regional, Gustavo Canuto. De acordo com o chefe da pasta, esse é um “novo programa de revitalização do país”.
Segundo o ministro do Meio ambiente, Ricardo Salles, o projeto preza pelo incentivo do turismo nas áreas de conservação ambiental, pela capitalização de investimentos privados e a abertura de concessões para as regiões de meio ambiente. Durante discurso, Salles apontou que o Brasil preserva 66% das florestas nativas, mas que não se pode confundir desmatamento com trabalho do campo.
Na ocasião, ele defendeu a propriedade privada e afirmou que o projeto trata “com respeito” os produtores locais. “Nenhum país que relativizou a propriedade privada conseguiu avançar”, completou.
Para o ministro, o Código Florestal brasileiro é o mais “restrito” do mundo e sabe diferenciar o que é “legal e correto”. “Os países que querem dar lição de moral no Brasil não fazem nem de perto o que a gente faz”, comparou. Para exemplificar, ele citou o Acordo de Paris, no qual países contrários à opinião de Bolsonaro sobre o pacto poluem 70% mais.
Ao final do discurso, Salles defendeu a restruturação do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), melhorias no decreto de conversão de multas dos órgãos de fiscalização do meio ambiente e afirmou que o governo vai dar ênfase em programas de saneamento básico.