Nos EUA, secretário de Haddad defende que governo corte seus gastos
Secretário Dario Durigan defendeu corte de gastos públicos por maior eficiência e manutenção da revisão dos gastos tributários
atualizado
Compartilhar notícia
O secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan, defendeu nesta quarta-feira (15/5) o corte de gastos públicos, incluindo a revisão das bases de dados de programas sociais. Segundo ele, é necessário “buscar a eficiência do gasto”.
“O que a gente não quer é abrir uma fissura política na discussão de gasto. É preciso fazer o corte de gasto, é preciso rever as bases de dados dos programas para que a gente dê os benefícios para quem é devido”, defendeu o auxiliar do ministro Fernando Haddad em evento do jornal Valor Econômico em Nova York (EUA). “É preciso fazer mais do lado do gasto e fazer com que déficit do país caia”.
Questionado sobre a desvinculação dos benefícios da Previdência da política de valorização do Salário Mínimo, ele se limitou a dizer que “é chegada a hora de discutir o gasto público”. “É preciso pensar o próximo passo. O próximo passo em relação ao gasto tem que ser comedido para que a gente não destampe a polarização política do país”.
Na semana passada, a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet (MDB), defendeu a desvinculação dos benefícios da Previdência Social da política de valorização do Salário Mínimo, com correção apenas pela inflação, como parte da agenda de revisão dos gastos públicos.
“Teremos que cortar o gasto público, pela convicção ou pela dor”, disse a ministra. “Tenho que deixar pronto o cardápio de ajustes para o presidente Lula decidir se e quando poderá levá-lo adiante”.
A presidente nacional do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann (PT-PR), criticou Tebet pelas ideias, que considerou “muito ruins” e em contrariedade ao programa de governo apresentado pelo presidente Lula nas eleições de 2022.
Em entrevista ao Estadão, Haddad disse não ver “muito espaço” para o governo discutir a desvinculação do reajuste das aposentadorias em relação à correção do salário mínimo. Segundo ele, a Fazenda já saiu vencida quando sugeriu, no passado, que a política de valorização do Salário Mínimo fosse definida pelo avanço do PIB per capita.
Revisão dos gastos tributários
Durigan disse ser preciso “seguir revendo os gastos tributários”, para que o governo tenha foco no atendimento da população. Ele afirmou que a regra fiscal anterior (o teto de gastos) tinha uma trava na despesa, mas não na receita. Segundo ele, o trabalho empreendido nesse contexto no ano passado foi “hercúleo” e “sensível” do ponto de vista político.
O governo federal patrocinou, no ano passado, a reforma tributária sobre o consumo e também encaminhou projetos, já transformados em lei, para tributar os chamados super-ricos. A equipe econômica ainda fez um acordo para uma reoneração gradual da folha de pagamento de 17 setores da economia hoje desonerados.