“Nordeste não quer exportar empregada”, diz Lula em ato no Ceará
O presidente Lula assinou, nesta sexta-feira (2/8), o projeto de lei do hidrogênio verde durante visita ao Ceará
atualizado
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Em viagem ao Ceará, nesta sexta-feira (2/8), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu ampliar investimentos para tornar as regiões do país mais igualitárias. O chefe do Executivo citou a migração da população nordestina para o sul do país e disse que a região “não quer exportar empregada doméstica “e, sim, pessoas importantes”.
“Eu quero nordestino indo para o sul do país de férias, para passear, para estudar, e não para matar a fome ou para trabalhar de servente de pedreiro”, afirmou o presidente.
Ele continuou: “Eu ficava ofendido quando diziam para mim: ‘Quer contratar empregada doméstica, vai no Nordeste. Quer contratar ajudante de pedreiro barato? Vai para o Nordeste’. É importante dizer agora: ‘O Nordeste está de cabeça erguida, e o Nordeste não quer exportar empregada doméstica, ele quer exportar professor, físico, químico, médico engenheiro, pessoas importantes'”.
A declaração ocorreu durante a assinatura da sanção do projeto de lei que institui o marco do hidrogênio verde em um evento no Porto do Pecém, em Caucaia (CE). Na ocasião, o chefe do Executivo também assinou o decreto que cria o Fundo de Investimento em Infraestrutura Social (FIIS) para investimentos na Transnordestina.
Críticas
Durante a cerimônia, os ministros Silvio Costa Filho (Portos e Aeroportos) e Renan Filho (Transportes) fizeram críticas a uma declaração do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O ex-titular do Planalto disse que a região Nordeste é a “pior em todos os aspectos”.
Os ministros, que são nordestinos, classificaram a fala como “desrespeito”. “Isso é um grande desrespeito ao povo nordestino. Porque se tem um povo aguerrido, um povo trabalhador. Um povo que é parte da solução do Brasil é o povo nordestino. Infelizmente, declarações como essa só fazem denegrir a imagem da nossa gente nordestina”, destacou Silvio Costa Filho.
Renan Filho citou obras que ficaram paradas durante a gestão Bolsonaro e ressaltou que o ex-presidente atacou o estado do Ceará para “travar o desenvolvimento”. “Como nordestino, me senti desrespeitado. Dizer que o nordeste é pior em todos os aspectos, antes de mais nada, é desconhecer a região”, criticou.
