Noiva morta em acidente sonhava chegar de helicóptero ao casamento
Apenas o organizador da festa sabia da surpresa. Coube a ele dar a notícia ao noivo, que esperava a futura mulher no altar
atualizado
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Chegar de helicóptero em seu casamento era o sonho da paulista Rosemeire Nascimento Silva. A revelação foi feita pelo dono do buffet e responsável pela organização da festa, Carlos Eduardo Batista. O noivo a aguardava no altar quando soube do acidente com a aeronave, que matou a sua futura mulher, o irmão dela (Silvano Nascimento da Silva), a fotógrafa do casamento (Nayla Cristina Neves Lousada), que estava grávida, e o piloto (Peterson Pinheiro).
O acidente ocorreu neste domingo (4/12), em São Lourenço da Serra, na Grande São Paulo. No horário do acidente, a região tinha tempo encoberto, com neblina, chuva fraca e baixa visibilidade, segundo os institutos de meteorologia – situação que dificulta voos.
A cerimônia e a festa de casamento de Rosemeire e Udirley estavam marcados para as 16h. Ela era auxiliar de enfermagem e iria se casar com Udirley Marques Damasceno, 34 anos, chaveiro. Como os noivos eram evangélicos, um pastor celebraria a cerimônia, que seria validada também por um juiz. Em seguida, haveria um jantar para os convidados, sem distribuição de bebidas alcoólicas.Surpresa
“O noivo não sabia que ela chegaria de helicóptero. Seria uma surpresa para ele e para todas as pessoas da festa. Todas as noivas têm um sonho e o dela era chegar de helicóptero a seu casamento sem que ninguém soubesse”, disse Carlos, um dos poucos que sabiam da surpresa para poder organizá-la.
Carlos disse que estranhou quando o helicóptero não pousou no campo de futebol do sítio e procurou a empresa responsável pela aeronave. “O dono disse que o helicóptero já tinha subido e que já deveria ter chegado”. “Pouco depois, ele mesmo me disse que uma aeronave tinha caído, mas que não imaginava que seria a sua própria”, completou.
Quando recebeu a confirmação da queda e das mortes, Carlos comunicou primeiramente o noivo. “Chamei o pastor que estava na cerimônia e ele foi comigo comunicar para tentar acalantar o noivo. Ele ficou em estado de choque. Depois, os demais convidados [cerca de 300] souberam e ninguém sabia como agir. Foi uma tragédia.”
A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que a aeronave estava com inspeção válida até 16 de dezembro, que o certificado de aeronavegabilidade estava normalizado e que poderia voar até dia 1º de fevereiro de 2017 e, ainda, que a capacidade era de 3 pessoas, sem contar o piloto.