No ritmo atual, Brasil estará 100% vacinado em agosto de 2022, diz estudo
Até essa quinta-feira (27/5), apenas 9,5% dos brasileiros receberam a 2ª dose da vacina contra o novo coronavírus, segundo a BGC Liquidez
atualizado
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No atual ritmo de vacinação, é necessário esperar até agosto de 2022 para que todos os brasileiros tenham sido imunizados contra a Covid-19, revela estudo feito pela BGC Liquidez e obtido pelo Metrópoles.
O levantamento se baseia em dados do Ministério da Saúde. Atualmente, são aplicadas cerca de 600 mil doses por dia.
O maior número de injeções em um só dia ocorreu em 20 de abril, quando foram vacinadas 1,336 milhão de pessoas. Desde então, o ritmo desacelerou. Em maio, a marca de 1 milhão não foi batida nenhuma vez – ao menos até essa quinta-feira (28/5).
Autor do relatório, Rafael Costa, que faz parte do time de estratégia macro da BGC Liquidez, explica que essa queda pode estar alinhada à estratégia de vacinação.
“A vacina da AstraZeneca, por exemplo, precisa de um intervalo de três meses para se aplicar a segunda dose. Então, pode ser que municípios estejam aguardando a maior parte das doses para aplicar na segunda etapa, o que pode levar à diminuição da média diária de aplicações”, relata.
“Além disso, não é certo que a gente vai ficar em 600 mil doses por dia. Com a chegada de mais vacina, o ritmo deve aumentar”, complementa Rafael Costa.
Dessa maneira, caso o país aumente e mantenha uma média diária de 1 milhão de doses aplicadas por dia, 100% dos brasileiros estariam imunizados contra o novo coronavírus em fevereiro de 2022.
“Já no pior cenário – o que acho improvável que aconteça – caso o país aplicasse, daqui pra frente, somente 400 mil doses por dia, somente em abril de 2023 que terminaríamos de vacinar todos os brasileiros”, diz, em conversa com o Metrópoles.
“A gente tem que considerar também que não é preciso vacinar 100% da população para se ter resultados positivos”, prossegue.
De acordo com especialistas, é preciso ter ao menos 70% da população imunizada para controlar a proliferação da doença. Até ag0ra, apenas 9,5% dos brasileiros receberam a segunda dose da vacina contra o novo coronavírus.
Leia a íntegra do relatório:
20210520_BGCStrategy_Vacinação by Tacio Lorran Silva on Scribd
Ampliação
O Ministério da Saúde publicou, nesta sexta-feira (28/5), nota técnica que define os novos critérios de vacinação, estabelecidos no Plano Nacional de Imunização (PNI) contra a Covid-19.
Com a organização recém-anunciada, estados e municípios terão permissão para vacinar a população geral de 18 a 59 anos, por ordem decrescente de idade. A aplicação de imunizantes para grupos prioritários, entretanto, deve ser mantida. Além disso, a vacinação de trabalhadores da educação será iniciada em paralelo à da população geral.
A decisão foi tomada na noite dessa quinta-feira (27/5), durante reunião da Comissão Intergestores Tripartite (CIT).
Conforme o Metrópoles mostrou nessa quinta, a CIT relatou que alguns municípios têm enfrentado baixa demanda de vacinação de grupos prioritários.
Por isso, os gestores decidiram que essas cidades poderão vacinar a população geral, por ordem decrescente de idade, mas devem garantir que a imunização de grupos de risco não seja afetada. A medida também deverá observar o estoque de vacinas disponíveis e previstas.
“Esse grupo poderá começar a ser imunizado, de maneira escalonada e por faixas etárias decrescentes, desde que a vacinação dos grupos prioritários restantes seja mantida e cumprida, de acordo com a ordem estabelecida pelo PNI”, informou a pasta.