No PSDB, Maia diz que “sistema é binário e não há 3ª via ou centro”
Rodrigo Maia, que se filiou ao PSDB, será coordenador do programa de governo de Doria. Ele defendeu que sigla não se posicione como centro
atualizado
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São Paulo – Durante o evento que marcou sua filiação ao PSDB nesta sexta-feira (1°/4), Rodrigo Maia defendeu que o partido não se posicione como “terceira via” na campanha de João Doria, e que o foco seja objetivamente no campo da direita para angariar os votos de pessoas que se arrependeram de votar em Bolsonaro.
Maia será o coordenador do programa de governo de Doria, que se posiciona publicamente como um nome da terceira via que poderia “acabar com a polarização” entre Jair Bolsonaro (PL) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O PSDB também atua neste sentido, inclusive negocia com o União Brasil e o MDB um nome único para este espectro de centro. Mas, para Maia, a tática precisa ser outra.
“Nós cometemos o erro de aceitar no longo prazo essa palavra centro. Centro foi a forma que nós legitimamos aqueles que não têm ideias e fazem parte de todos os governos. Nós não somos de centro, o sistema é binário, não tem eleição que não seja assim. Infelizmente o presidente Jair Bolsonaro nos tirou da polarização em 2018, não há terceira via, não há centro”, disse.
Maia afirmou que o PSDB errou ao não compreender, após o governo Fernando Henrique Cardoso, que deveria assumir de fato a posição de um partido de direita. “Ou nós vamos compreender que existem duas posições no segundo turno e nós queremos representar uma das duas, ou nós estaremos fadados a mais uma derrota. E o desafio não é pequeno”, avaliou.
O ex-presidente da Câmara dos Deputados afirmou que o partido precisa definir qual será sua posição nas eleições nacionais de outubro, que não pode permanecer “no meio”.
“Numa eleição que parece consolidada (e não está), tanto Lula quanto Bolsonaro estão com intenção de voto acima do seu potencial máximo pela imagem positiva que os dois têm. Onde é que estão os nossos eleitores? Uma parte está no Lula, o Lula tem 1/3 de seus votos daqueles que rejeitam o Bolsonaro, mas não encontram ainda na nossa candidatura força para derrotar o Bolsonaro. A gente tem que ter coragem de dizer para o nosso eleitor que votou no Bolsonaro, que tem um caminho no nosso campo ideológico”, afirmou.