No pior momento da pandemia, isolamento social cai para 37% no Brasil
Com o avanço da Covid-19, ao menos 10 estados e o Distrito Federal decidiram reforçar as medidas de isolamento
atualizado
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Vivendo uma disparada de casos de Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, o brasileiro abandonou uma das principais medidas de contenção do vírus: o isolamento social.
Segundo dados do startup In Loco, somente 37,5% da população está cumprindo as medidas de distanciamento. É o pior índice de isolamento social da pandemia. Os dados foram compilados pelo monitor até o último sábado (27/2).
Com o avanço da doença, ao menos 10 estados e o Distrito Federal decidiram reforçar as medidas de isolamento. Na capital, o governo decretou lockdown para atividades não essenciais a partir deste domingo (28/2).
O Brasil tem mais de 10,5 milhões de casos confirmados e 254 mil pessoas morreram vítimas do novo coronavírus. A taxa de isolamento é calculada pela localização por GPS de 60 milhões de celulares.
Pelo país, o índice de isolamento social varia. No DF, por exemplo, a taxa está em 39,1%. Em São Paulo, estado mais populoso, a média está em 34% (veja dados por unidade da federação no mapa no fim da reportagem).
Para o leitor ter dimensão de como o índice caiu, em 22 de março de 2020, 62,2% dos brasileiros estavam cumprindo as medidas.
A comunidade médica-científica é categórica: o uso de máscara e o distanciamento social são as principais medidas para diminuir a disseminação do vírus. A estratégia é importante mesmo com o início da vacinação.
Na última semana, o presidente do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems), Willames Freire Bezerra, pediu que a população volte a cumprir as medidas de distanciamento.
“Vamos voltar a orientar a população localmente que precisamos isolar os contaminados, seguir os hábitos de higiene e proteção das nossas famílias e, acima de tudo, vacinar os grupos prioritários”, afirmou.
Na sexta-feira (26/2), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) criticou o endurecimento das regras de distanciamento.
“O auxílio emergencial vem por mais alguns meses e, daqui para frente, o governador que fechar o seu estado, que destrói emprego, ele que deve bancar o auxílio emergencial. Não pode continuar fazendo política e jogar no colo do presidente da República essa responsabilidade”, afirmou durante visita ao Ceará.
No ano passado, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que os governos dos estados e municípios têm autonomia para a adoção de medidas restritivas, mas ressaltou que o governo federal tem responsabilidade e deve coordenar as ações de enfrentamento da pandemia.