No G20, Lula pede “descarbonização” e metas ambiciosas para a COP30
Presidente Lula discursou pela primeira vez como presidente do G20 em evento no Itamaraty, horas após aprovação de texto da COP28
atualizado
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Horas após a aprovação do Balanço Global, principal texto da Conferência do Clima da ONU, COP28, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu, em reunião com representantes do G20, um esforço conjunto para a descarbonização da economia mundial, a partir da transição energética.
O chefe do Planalto discursou, nesta quarta-feira (13/12), a representantes de líderes do G20, reunidos no Palácio Itamaraty. Esse é o primeiro pronunciamento dele no âmbito do bloco, desde que o Brasil assumiu a presidência do grupo que reúne as maiores economias do mundo, até novembro de 2024.
No pronunciamento, Lula lembrou que os países que integram o grupo são responsáveis por três quartos das emissões de gases do efeito estufa, responsáveis pelas mudanças climáticas. “O planeta não suportará um aumento da temperatura global superior a um grau e meio”, cobrou.
Lula participa da reunião conjunta das trilhas de Sherpas e Finanças do G20, no Itamaraty. O encontro inédito entre os dois eixos do bloco é uma inovação proposta pela presidência brasileira à frente do grupo.
“A descarbonização da economia global e a revolução digital são processos que mudarão o planeta. O G20 é responsável por três quartos das emissões globais de gases do efeito estufa. Os membros de renda alta do grupo emitem, anualmente, doze toneladas de gás carbônico per capita, enquanto os de renda média emitem metade desse volume”, rfessaltou.
“O planeta não suportará um aumento da temperatura global superior a um grau e meio. O G20 será essencial para que, na COP30, em Belém, adotemos contribuições nacionalmente determinadas mais ambiciosas, acompanhadas dos meios de implementação adequados”, completou Lula.
COP28
A cúpula climática COP28, em Dubai, aprovou nesta quarta um acordo que, pela primeira vez, indica a obrigação de países abandonarem o uso de combustíveis fósseis. No texto, esse seria o primeiro modo para que as alterações climáticas tenham efeitos piores.
É a primeira vez que um acordo do tipo cita diretamente o abandono de combustíveis fósseis. E isso foi uma exigência de muitos países que participaram da cúpula. Veja aqui (em inglês) os 238 pontos que integram o texto final.
O acordo alcançado em Dubai veio depois de duas semanas que discussões duras e com o objetivo de mandar um recado ainda mais exigente às maiores economias mundiais e aos principais líderes do planeta.
A escolha de Dubai, nos Emirados Árabes, para sediar a reunião colocou em foco a exploração de petróleo e o uso de combustíveis fósseis — a principal causa das mudanças climáticas.
Realizar uma conferência ambiental naquele país, que é um dos 10 maiores produtores de petróleo no mundo, evidenciou o alerta para a urgência da transição para fontes de energia renováveis.