No Ceará, adolescente trans de apenas 13 anos é brutalmente assassinada
A menina Keron Ravach, que sonhava em ser digital influencer, faria 14 anos no dia 28. Ela foi espancada até a morte com pauladas e socos
atualizado
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Keron Ravach, uma menina trans de apenas 13 anos, foi brutalmente assassinada no município de Camocim, a 457 km de Fortaleza, Ceará. O crime aconteceu na madrugada de segunda-feira (4/1). O principal suspeito é um adolescente de 17 anos, que confessou ter matado Keron depois de ter tido um desentendimento a respeito do valor de um programa.
De acordo com o delegado encarregado da investigação, Herbert Ponte, o garoto que confessou o crime contou que havia negociado um programa sexual com Keron, mas que no momento do pagamento os dois se desentenderam, e por conta disso ele a matou. As informações são do jornal O Dia.
O assassino se apresentou à polícia 12 horas após o crime, e se condenado, responderá por homicídio.
Keron era tímida, mas tinha o sonho de ser conhecida e se tornar uma digital influencer, afirmaram os amigos da garota. Ela estava passando por um processo de transição de gênero. O corpo dela foi encontrado em um terreno baldio .
Em uma postagem no Twitter, a Associação Nacional de Travestis e Transexuais lamentou o crime afirmando que mais uma vida trans foi perdida prematuramente em função ódio e da transfobia.
⚠️Uma criança trans de 13 anos foi brutalmente assassinada no Ceará. Tendo sido espancada com chutes e pauladas. Mais uma vida trans perdida prematuramente em função do ódio e da transfobia, já nos primeiros dias de 2021.
Sentimos muito Keron! 🦋
Seguiremos em luto na luta! pic.twitter.com/VRLEAU1mmP— ANTRA Brasil (@AntraBrasil) January 6, 2021
A escola que a adolescente estudava também prestou condolências, se referindo a Keron pelo nome de nascimento, Cosme de Carvalho. Em uma publicação no Instagram a Escola de Ensino Fundamental Francisco Ottoni Coelho disse que a morte dela é um momento de dor e indignação.
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Dados da ONG Transgender Europe (TGEu) de 2016, mostraram que o Brasil é o quarto pais da lista de países que mais matam pessoas transgênero no mundo, foram 868 travestis e transexuais nos últimos oito anos.