No auge da pandemia, diagnósticos de câncer de pele diminuíram em 24%
Mais de 17 mil casos deixaram de ser diagnosticados. Maiores de 60 anos são os mais afetados, diz Sociedade Brasileira de Dermatologia
atualizado
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Em meio à pandemia da Covid-19, o tratamento de muitas doenças foi prejudicado. Com o sistema de saúde sobrecarregado e um vírus altamente transmissível à solta, o isolamento social foi adotado pela maior parte da população e consultas médicas diminuíram.
Dessa forma, mais de 17 mil casos de câncer de pele deixaram de ser diagnosticados no auge da pandemia. Os dados foram analisados pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD).
Em meio ao “Dezembro laranja”, que busca conscientizar sobre a doença, a instituição alerta sobre a subnotificação de casos. Em 2020, durante a pandemia, o número absoluto de casos teve queda de 24,7%.
Enquanto em 2019 foram 69.754 casos registrados, em 2020 o número foi de 52.527 diagnósticos de melanoma maligno da pele e outras neoplasias.
É possível perceber aumento gradual de atendimento nos primeiros meses de 2021, que indica retomada. O número, porém, não chega ao patamar pré-pandemia.
“Por conta do receio de contaminação pelo coronavírus, suspeitando que ele estaria mais presente nos ambientes ambulatoriais ou hospitalares, milhares de pessoas postergaram seus exames e consultas. Além disso, inúmeros serviços de saúde reorientaram suas agendas, restringindo o acesso de pacientes ou mesmo limitando seus atendimentos aos casos de Covid-19.”, aponta a SBD.
As faixas etárias se comportaram de forma semelhante, com redução identificada, mas a mais acentuada é entre pessoas com 60 anos ou mais. O déficit nesta faixa etária foi de 11.906 casos. Entre sexos, a queda foi de 26% para mulheres e 23% para homens.
A SBD alerta ainda para o risco de subnotificação: os números podem não refletir a realidade de algumas regiões do Brasil. Também houve queda de 26% nas internações para tratamento de câncer de pele e outras neoplasias malignas.