Nísia nega crise na saúde em relação à seca extrema no Norte
Brasil vive atualmente diferentes extremos climáticos, enquanto a região central passa por uma extrema seca, o Sul sofre com chuvas intensas
atualizado
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A ministra da Saúde, Nísia Trindade, disse, nesta quinta-feira (26/9), que não há crise na saúde diante da emergência climática em que vive parte do país, em especial na região Norte com falta de chuvas. A declaração da ministra ocorreu depois de encontro com secretários de saúde da região Norte.
“Como eu disse, não se pode falar de uma crise de desassistência. Mas há municípios, sim, com uma pressão muito forte nesse momento, sobretudo nas unidades básicas de saúde e nas UPAs. Não há uma questão de um impacto de falta de leitos, algo que a gente possa sinalizar com um grande alerta nesse sentido, mas não queremos que cheguemos a essa situação”, disse a ministra.
Também estiveram presentes membros do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), Conselho Nacional de Secretarias municipais de Saúde (Conasems), Organização Pan-Americana da Saúde (Opas/OMS), Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) e Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MDR).
“Sim, tem um mapeamento detalhado por estado”, pontuou Nísia a respeito do mapeamento das situações mais críticas. “Os estados do Amazonas, do Acre e de Rondônia, no momento, são aqueles que apresentam esse nível de preocupação de forma mais acentuada. Mas é uma preocupação que podemos dizer que é de todos, mas neste momento esses três estados, que por essa razão, foram os estados que receberam a Força Nacional do SUS”, complementou.
Em agosto, o Ministério da Saúde criou uma sala de situação de emergências climáticas com o intuito de monitorar os incêndios florestais no Pantanal além da seca prolongada na região amazônica. Entre as atribuições do colegiado está a elaboração de um plano de adaptação do setor devido às mudanças climáticas.
Segundo análise da Defesa Civil do Amazonas, entre 6 de agosto e 4 de setembro foi observado um comportamento abaixo da média para o período em relação ao acumulado de chuva. A situação é mais crítica na faixa sul e leste do estado.
Já no Pantanal a situação mais grave está relacionada aos incêndios florestais. Dados do sistema de monitoramento do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) apontam que, de 1º de janeiro a 25 de setembro de 2024, foram detectados 11.485 focos de calor no bioma, uma alta de 1.666% em comparação com o mesmo período do ano passado.
O fogo também traz outras consequências para vida da população que vive nas cidades pantaneiras. A baixa umidade e os incêndios provocam uma maior concentração de poluentes e piora na qualidade do ar.
O município de Corumbá, no Mato Grosso do Sul, por exemplo, está há alguns dias com o ar considerado “insalubre”, segundo monitoramento internacional da IQAir. Conforme dados do Inpe, a cidade registrou 4.791 focos de calor, uma das situações mais críticas dos municípios brasileiros.