Nísia: filas não acabarão, mas meta é 1 milhão de cirurgias por ano
Governo lança, nesta segunda-feira (8/4), o programa Mais Acesso a Especialistas, em busca de reduzir tempo de espera no SUS
atualizado
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A ministra da Saúde, Nísia Trindade, lançou, nesta segunda-feira (8/4), o programa Mais Acesso a Especialistas na tentativa de reduzir o tempo de espera nas filas do Sistema Único de Saúde (SUS). A divulgação do programa ocorreu no Palácio do Planalto ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
“Nós não vamos acabar com filas, se trata de reduzir tempo de espera”, afirmou a ministra. “O atendimento é centrado na necessidade do paciente, não em procedimentos pontuais”, explicou a ministra sobre a mudança.
Dessa forma, foram fixadas algumas metas, como “alcançar 1 milhão de cirurgias por ano até 2026”, e, em vez de mutirões, estabelecer um “programa permanente”.
“Normalmente, o que a gente vê é que a pessoa vai à UBS [Unidade Básica de Saúde], tem uma indicação para procurar um especialista, muitas vezes, essa consulta é agendada num tempo longuíssimo, os exames não são feitos em sintonia. Essa realidade tem chamado a atenção”, destacou Nísia.
“O sistema não tem integração com os cuidados da saúde da família, temos fila sem transparência”, pontuou.
Telemedicina e aplicativo
Para o sucesso do programa, o governo investirá R$ 460 milhões em municípios que integram o SUS Digital e espera agilizar as consultas com o apoio da tecnologia.
As especialidades que poderão atender on-line são cardiologistas e oftalmologistas, por exemplo, na fase após a chamada atenção primária, quando ocorrem análises de resultados e diagnósticos.
Outra novidade é que, no aplicativo Meu SUS Digital, o paciente poderá acompanhar o ciclo de tratamento no sistema, além de acessar o próprio prontuário e verificar como anda a fila de transplantes.
Hospitais federais
Segundo Nísia, as mudanças nas equipes do Ministério da Saúde não foram motivadas com a crise dos hospitais no Rio de Janeiro, à exceção da Secretaria de Gestão Hospitalar. “Estamos atuando com o comitê gestor para garantir melhores condições de funcionamento. São hospitais antigos, dos institutos de aposentadoria e pensões. Foram grandes referências no passado e, hoje, estão nessas condições. Nesse momento, estamos fazendo ações de emergência de curtíssimo prazo e pensando em soluções sustentáveis para que eles voltem a ser referência”, explicou.
Relação com Congresso
A minstra da Saúde também destacou a boa relação com o Congresso Nacional. “Não há nenhum problema na relação do Ministério da Saúde com o Congresso. O que houve foi uma mudança. Mudanças na dinâmica orçamentária, mudanças entre o Legislativo e o Executivo. No caso das emendas, o Ministério da Saúde fez uma execução de todas as emendas previstas: 98% da execução — quase todas”, ressaltou.