Nikolas e mais: veja políticos fora de SP que apoiam Marçal e Boulos
Eleição municipal de São Paulo foi nacionalizada e promove racha no bolsonarismo e no governo Lula, com Alckmin ao lado de Tábata
atualizado
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Nacionalizada, a disputa pela Prefeitura de São Paulo tem dividido tanto os eleitores como políticos de diferentes espectros, que traem as orientações partidárias e apoiam candidatos de siglas “opositoras”. O primeiro turno para definir o próximo prefeito de São Paulo ocorre neste domingo (6/10).
A última pesquisa Datafolha, divulgada nessa quinta-feira (3/10), mostra que a disputa pelo maior colégio eleitoral deve ser definida apenas no segundo turno. O levantamento mostra Guilherme Boulos (PSol) com 26%, o prefeito e candidato à reeleição, Ricardo Nunes (MDB), com 24% e o Pablo Marçal (PRTB) também com 24%. Um empate triplo na margem de erro.
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Pablo Marçal começou a campanha pela Prefeitura de São Paulo de forma agressiva, com ataques aos opositores e tentando conquistar votos dos apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A estratégia do candidato do PRTB, no entanto, esbarrou no contragosto do ex-chefe do Executivo.
Jair Bolsonaro chegou a afirmar que Marçal “não tinha caráter”. Já o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) relembrou críticas do influenciador contra o ex-presidente.
“No momento mais crucial [nas eleições de 2022]”, Marçal não “tomou partido”.
Apesar da intriga entre o candidato do PRTB e o ex-presidente, alguns deputados do PL e apoiadores de Jair Bolsonaro têm manifestado apoio à candidatura de Marçal.
O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) declarou que o atual prefeito de São Paulo e candidato à reeleição “pertence ao sistema”, ao contrário de Pablo Marçal. A manifestação não repercutiu bem entre os aliados do PL.
Na Câmara dos Deputados, Nikolas Ferreira é um dos deputados mais engajados contra as ações do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e defensor das bandeiras do ex-presidente Bolsonaro.
O racha entre o clã Bolsonaro e Marçal também aparece nas manifestações públicas dos deputados federais Nelson Barbudo (PL-MT) e Daniel José (Podemos-SP). Ambos “fizeram o M” de Marçal.
Boulos em São Paulo
A campanha de Boulos tem pregado o voto útil, com o intuito de atrair os eleitores da deputada federal Tabata Amaral (PSB-SP) na intenção de chegar ao segundo turno das municipais.
O candidato do PSol também conquistou apoio de políticos de outro espectro. Como é o caso do senador Giordano (MDB-SP), que se colocou contrário à orientação do próprio partido, que tem Ricardo Nunes como candidato à Prefeitura de São Paulo, para apoiar Guilherme Boulos.
Outros nomes ligados a Ricardo Nunes declaram apoio à campanha do psolista, como é o caso de Ricardo Patah, da União Geral dos Trabalhadores (UGT), e Miguel Torres, da Força Sindical, como mostrou Igor Gadelha, do Metrópoles.
Os presidentes das centrais sindicais são filiados a partidos políticos que apoiam a reeleição de Nunes. Patah é filiado ao PSD de Gilberto Kassab, secretário do governo de Tarcísio de Freitas (Republicanos). Já Miguel Torres é filiado ao Solidariedade.
A disputa pelo governo paulistano também tem esbarrado nos ideários do governo federal. Em que Boulos conta com o apoio do presidente Lula, enquanto Tabata Amaral tem Geraldo Alckmin (PSB), vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, como padrinho político.
Como nem Lula nem Alckmin têm se envolvido muito na campanha municipal, porém, as diferenças não viraram uma crise no governo federal.