Neonazista é condenado a 4 anos de prisão por postagens em rede social
Publicações foram feitas no site russo VK.COM. Réu já havia sido preso por agredir moradores de rua em São Paulo em 2011
atualizado
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São Paulo – A Justiça Federal de São Paulo condenou um homem a quatro anos de prisão em regime inicial fechado por publicar conteúdos de apologia ao nazismo em uma rede social. Welker de Oliveira Guerreiro foi denunciado pelo Ministério Público Federal (MPF) por posts feitos na rede social russa VK.COM em 2015.
De acordo com a decisão da juíza Andreia Moruzzi, da 1ª Vara Criminal Federal de São Paulo, o acusado “demonstra que é um partidário das ideias nazistas, de superioridade de raças e totalitarismo, a induzir a discriminação racial”.
A decisão ainda determina que, caso a VK.COM tenha representantes no Brasil, eles sejam notificados para deleta imediatamente os conteúdos, que ainda estão disponíveis para acesso. Mas caso não haja responsáveis pela rede social no país, a remoção das publicações deve ser feita por meio de mecanismos de cooperação internacional.
Uma das postagens mostra uma imagem com um brasão formado com o símbolo em forma de seta com a inscrição “Patriae Sanguinis”, conhecida como runa Othala, com um crânio da morte de cada lado e armas cruzadas.
Já em outra publicação, aparece uma foto em que nove pessoas estão com os rostos cobertos por um emoji que faz referência a Adolf Hitler, sendo que uma das pessoas está usando a camiseta com a escrita Impacto Hooligan, um grupo neonazista envolvido em agressões a minorias.
Segundo a denúncia, Welker é parte deste grupo e chegou inclusive a ser preso, em 2011, após agredir moradores de rua no centro de São Paulo, junto com outros neonazistas. Ele ainda criou uma página denominada “Misanthropic Division (Brasil)” na mesma rede social.
A Misanthropic Division é um grupo paramilitar de extrema-direita que emergiu no contexto das revoltas nacionalistas na Ucrânia em 2014 e que é associada a grupos neonazistas.
Em depoimentos, Welker contou que começou a se interessar por “ideologias nacionalistas” na época da escola. Ele poderá recorrer da decisão em liberdade.