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Náufrago diz que navio perdeu leme: “Carro com motor, mas sem volante”

Navio de carga Concórdia naufragou a caminho de Fernando de Noronha com nove tripulantes a bordo. Há quatro mortos confirmados

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Foto colorida de tripulantes do navio de carga que naufragou a caminho de Fernando de Noronha - Metrópoles
1 de 1 Foto colorida de tripulantes do navio de carga que naufragou a caminho de Fernando de Noronha - Metrópoles - Foto: Reprodução

Mozart Gomes da Fonseca, de 57 anos, um dos quatro sobreviventes do navio de carga Concórdia, relatou que o navio havia perdido o leme, causando desespero entre os tripulantes. O Concórdia naufragou na noite de domingo (15/9) quando se dirigia a Fernando de Noronha, transportando 180 toneladas de materiais de construção e alimentos. Até o momento, quatro pessoas foram confirmadas como mortas.

Mozart contou à TV Globo que o barco começou a perder o controle na tarde de domingo, na altura da Reserva de Acaú, em Goiana, no litoral norte de Pernambuco.

“Tudo aconteceu muito rápido, o barco perdeu estabilidade, já estava com uma banda e a gente não iria conseguir chegar até um porto seguro. O tempo não ajudou. É mar e o nosso habitat natural é aqui em terra e ficamos sem governo. É como um carro que tem motor, mas não tem volante para dar o destino”, declarou.

Mozart, que navega há mais de 20 anos, acredita que as sacolas de areia no convés se molharam e, por isso, ficaram mais pesadas, contribuindo para a virada da embarcação.”O barco já estava muito ‘alternado’ por conta da carga, que pegou muita água, vento forte. A gente estava com carga seca no convés, era areia, e quando a agua bate, triplica. Quando a gente conseguiu adaptar uma baitera, ainda arengamos, passamos com um rebocador de apoio, mas o barco continuou alternando, até que chegou o momento em que todo mundo pegou o equipamento de salvatagem”, relatou.

O sobrevivente se feriu na bacia e na coluna ao cair na água, onde enfrentou fortes ondas. As informações são do G1.

Último desaparecido

O naufrágio ocorreu às 20h do último domingo. Segundo Mozart, ele deixou o equipamento preso na escada de quebra-peito para ajudar um colega e, com muito esforço, conseguiu chegar até a metade do percurso. O sobrevivente expressou sua gratidão à equipe do navio de reboque, que tentou ajudar quando avistou o barco.

“Eu estou aqui hoje contando a história porque ele [equipe do navio de reboque] não desistiu da gente em momento algum; eles conseguiram colocar um farol de busca e vieram em cima”, declarou.

Os sobreviventes do naufrágio são Edvaldo Baracho da Silva, Marcelo Cláudio da Conceição Freitas, Mozart Gomes da Fonseca e Valcei Gomes da Costa.

Ainda não se sabe se o comandante Edriano é um dos quatro mortos levados ao Instituto Médico Legal (IML) ou se é quem ainda está desaparecido.

Mozart, que trabalhou com o comandante por mais de 22 anos, descreve-o como alguém com vasta experiência. “O que aconteceu, só quem vivenciou sabe”, declarou Mozart.

Nove pessoas estavam na tripulação: quatro foram resgatadas com vida, quatro corpos foram encontrados nessa segunda (16/9) e uma ultima pessoa segue desaparecida. Mozart acredita que a nona pessoa é o comandante da tripulação, Edriano.

Veja o navio momentos antes de afundar:

De acordo com Mozart, o comandante “deu uma guinada para dentro do camarote para pegar os equipamentos dele, então, ele deve ter levado uma pancada muito forte e descido junto”. Mozart também expressou seu sofrimento, destacando que a perda foi “grande”, pois eles eram como uma família.

 

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