“Não vejo movimento de ruptura democrática”, diz Marcos Rogério sobre Bolsonaro
Senador da base governista foi o entrevistado da noite de segunda-feira (16/8) no programa Sem Censura, da TV Brasil
atualizado
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O senador governista Marcos Rogério (DEM-RO) disse, na noite desta segunda-feira (16/8), que não vê “movimento de ruptura democrática” no Brasil. Ele reagiu a uma pergunta feita pela diretora-executiva do Metrópoles, Lilian Tahan, sobre mensagem enviada pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) a uma lista de contatos falando sobre a suposta necessidade de um “contragolpe” no país.
“Não vejo no Brasil nenhum movimento de ruptura democrática. Há alguma orientação do presidente que represente desobediência a decisões judicias? Não. Houve desacato a alguma legislação aprovada pelo Congresso? Também não! O que o Brasil vive é um momento de exacerbação política”, completou ele.
O líder do Democratas e vice-líder do governo no Senado foi o convidado do programa Sem Censura desta segunda-feira (16/8), na TV Brasil.
“Há uma conspiração contra um presidente democraticamente eleito. As pessoas podem discordar, mas não podem emparedá-lo”, disse. “Não vejo crítica contundente ao extrapolamento praticado pelo Judiciário”, criticou ainda Marcos Rogério, ecoando a tese de Bolsonaro. “Limites não são apenas para o presidente e para o Congresso, mas para os Três Poderes da República.”
Membro da minoria governista na CPI da Covid-19 no Senado, o parlamentar tem defendido a investigação de estados e municípios no combate à pandemia do novo coronavírus, assim como a construção de um relatório paralelo dos trabalhos por senadores da base do governo e independentes.
“A CPI não cumpre seu objetivo de ir além do que o relator Renan Calheiros (MDB-AL) tem se esforçado, que é investigar o governo federal. Temos escândalos em Santa Catarina, no Pará, no Mato Grosso… no Rio de Janeiro nem se fala e, se depender do núcleo da CPI, isso não vai ser investigado. Há blindagem, não querem investigar corrupção de verdade”, discursou, confirmando que fará um relatório paralelo ao de Calheiros para fazer valer a visão governista sobre a investigação.
Sem voto impresso
Em relação à tentativa de mudar a legislação eleitoral e adotar a impressão do voto para auditoria, o senador disse que a derrota da PEC na Câmara enterra, por enquanto, a possibilidade. “Para toda grande discussão, você tem um termômetro interno no Senado. E eu não vejo essa vontade no momento. Até conversei com o presidente Rodrigo Pacheco, mas ele não deu tempo do tema ser pautado por ninguém. Ele disse que, como a Câmara rejeitou, não cabe ao Senado tratar do assunto. Não vejo ambiente político”, admitiu Marcos Rogério.
O parlamentar também afirmou não ver ambiente para o prosseguimento de processos de impeachment de ministros do Supremo, apesar de defender o direito de Bolsonaro de pedi-los. “Processo de impeachment, seja de presidente, seja de ministro STF, depende de um elemento, que é o povo. Se não tiver o povo se manifestando, não tem ambiente”, disse o senador.
Culpados na pandemia
Cobrado sobre a atuação do governo no combate à pandemia, incluindo o negacionismo, Marcos Rogério disse que a responsabilidade não pode ser apenas de Bolsonaro.
“A pandemia não é só um problema do Brasil, é problema do mundo. O mundo não estava preparado para enfrentar a pandemia da Covid. No Brasil, tivemos problema e ainda temos, é verdade, mas querer colocar esse problema na conta do presidente da República é um ato que demonstra desconhecimento da estrutura de saúde no Brasil. Nós estamos sofrendo um processo de desestruturação sistêmica da saúde há muito tempo”, disse ele, citando os governos petistas.
Sem Censura
Participaram do programa apresentado pela jornalista Marina Machado nesta segunda a diretora-executiva do Metrópoles, Lilian Tahan, e o jornalista José Maria Trindade, da Jovem Pan.
Veja a íntegra do programa no YouTube: