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“Não reagiram”, diz sobrevivente de ação da PM com 4 mortes na Chapada

Esposa grávida de uma das vítimas relatou em áudio que homens já estavam rendidos, quando foram mortos durante operação policial em Goiás

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manifestação chapada veadeiros pm mortos goias
1 de 1 manifestação chapada veadeiros pm mortos goias - Foto: @viladesaojorgechapadaveadeiros

Goiânia – Uma testemunha da operação policial que terminou com quatro mortes na região da Chapada dos Veadeiros, em Goiás, relatou em um áudio que não houve reação por parte das vítimas no momento da abordagem.

A Polícia Militar (PM) diz que três pessoas fugiram e quatro teriam atirado contra policiais, durante uma ocorrência em uma fazenda com uma plantação de maconha na última quinta-feira (20/1), entre as cidades de Cavalcante e Colinas do Sul.

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Chico era de comunidade quilombola, foi morto em ação da PM
Niro era um morador pioneiro da Vila de São Jorge
Plantação tinha entre 500 e 600 pés de maconha, segundo a polícia
"São Jorge pede justiça! Por que mataram inocentes", diz faixa em protesto
Mulher ergue placa pedindo justiça após mortes na Chapada
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Niro e Chico morreram em ação policial na região da Chapada

Diego Baravelli/@DudaSegredo
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Chico era de comunidade quilombola, foi morto em ação da PM

Diego Baravelli
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Niro era um morador pioneiro da Vila de São Jorge

@DudaSegredo
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Plantação tinha entre 500 e 600 pés de maconha, segundo a polícia

PMGO
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"São Jorge pede justiça! Por que mataram inocentes", diz faixa em protesto

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Mulher ergue placa pedindo justiça após mortes na Chapada

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Familiar de uma das vítimas mortas pela PM participou de protesto

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Moradores pedem por justiça após mortes pela PM na Chapada

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Chico é um dos mortos em ação da PM em plantação de maconha

Reprodução
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Policiais disseram que apreenderam folhas secas e maconha prensada

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Suposta plantação de maconha foi queimada

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No entanto, familiares e amigos das vítimas questionam essa versão, já que os quatro homens mortos eram conhecidos por estilo de vida pacato e não tinham histórico de violência.

“Matou porque quis”

A esposa de uma das vítimas, que está grávida, estava na fazenda no momento da operação policial e ela contou em um áudio o que presenciou.

“Falaram para os meninos deitar. Os meninos deitaram. Falaram que os meninos correram para o mato, mas os meninos não correram. Em momento algum os meninos reagiram. Até porque nem arma eles tinham. As armas todas, você sabe que foram plantadas. Já estavam com os meninos todos praticamente presos. Eles mataram porque quiseram, não porque os meninos reagiram. Em momento algum eles reagiram”, afirmou a testemunha em áudio ao qual o Metrópoles teve acesso.

A PM disparou 58 vezes durante essa operação, sendo que 40 tiros eram de fuzil. A polícia disse que os suspeitos estavam armados com quatro revólveres e uma espingarda.

Investigação

Essa mulher grávida teria chegado a conversar com policiais que faziam parte da operação, depois que os quatro teriam sido rendidos. Ela disse que estava em uma casa vizinha da construção onde os quatro teriam sido mortos. Os militares teriam permitido que ela fugisse.

Morreram na operação Alan Pereira de Soares, de 27 anos, Antônio da Cunha dos Santos, de 35, Ozanir Batista da Silva, de 46, e Salviano Souza Conceição, de 63.

Amigos e familiares das vítimas organizaram um protesto pedindo por justiça no último domingo (23/1). A manifestação ocorreu na vila São Jorge, em Alto Paraíso, de onde eram as vítimas Salviano e Ozanir (Jacaré). Alan era de Colinas do Sul e Antônio (Chico) de uma comunidade quilombola.

Plantação

O motivo da operação, a plantação de maconha, foi queimada pelos próprios militares pouco depois das mortes. Os PMs afirmaram no boletim de ocorrência que havia cerca de 2 mil pés, mas algumas horas depois corrigiram o cálculo para entre 500 e 600.

Os sete policiais de Niquelândia envolvidos na operação foram afastados de suas funções, segundo nota da Polícia Militar de Goiás. As mortes estão sendo investigadas pela Polícia Civil.

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