“Não queria chorar na frente do meu filho”, diz auxiliar xingado de macaco
Leandro Antonio Eusdácio Xavier afirmou que não conhecia a agressora. Ele registrou um boletim de ocorrência
atualizado
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Leandro Antonio Eusdácio Xavier, de 39 anos, é um auxiliar de serviços gerais que foi mais uma vítima de injúria racial. O caso teria ocorrido no último sábado (12/9), em Jabaquara, bairro de classe média em São Paulo. As informações são do jornal O Globo.
Xavier caminhava com o filho, de 11 anos, para um ponto de ônibus quando teria sido alvo das agressões de uma mulher. Segundo a vítima, ela o xingou de “macaco, chimpanzé e orangotango”.
De acordo com a vítima, a agressão foi gratuita e que nunca tinha visto a agressora na vida. Após o episódio, Xavier contou ainda que a maior preocupação era com o filho. Ele diz que nunca havia se sentido discriminado por sua raça.
Relato
“Era sábado e tinha cinco meses que eu não via meu filho, que mora com a mãe. A gente ia passar o fim de semana junto. Quando subíamos para pegar o ônibus, essa mulher vinha na rua também”, contou.
Leandro disse que ela fez um gesto para ele. “Não achei que era pra mim e virei para o lado para ver se ela estava falando com alguém. Não tinha ninguém. Quando ela se aproximou, começaram as ofensas. Na minha cabeça, na hora, veio a ideia de filmar porque seria a única prova que eu teria daquilo. Ninguém ia acreditar em mim se eu não filmasse”, continuou a vítima.
“A gente vê essas coisas acontecendo com outras pessoas e fica chateado. Quando acontece com você, ainda mais com meu filho junto, dói muito”, desabafou,
Xavier também conta, que na ocasião, uma moradora saiu de casa para defendê-lo e também foi atacada. “A minha vontade era de chorar ali e eu não queria chorar na frente dele [filho]”.
O homem denunciou o caso. “Eu chorei em casa e olha que sou difícil de chorar. Me senti inútil, não tive reação de botar a mão nela porque jamais faria isso, não é da minha índole bater em mulher. De vítima eu ia virar o culpado. Mas não é fácil”, reconheceu.