“Não passa”, diz mãe de Amélia Vitória sobre a dor da perda da filha
De acordo com Cristina Moreira, prisão do suspeito não ameniza o sofrimento pela perda da filha Amélia Vitória, de 14 anos
atualizado
Compartilhar notícia
Goiânia – A morte da adolescente Amélia Vitória de Jesus, de 14 anos, comoveu os goianos. No entanto, a elucidação rápida do caso e a prisão do suspeito do crime não amenizaram a dor da perda da garota para a mãe dela, Cristina Moreira. A jovem foi estuprada e morta por Janildo da Silva Magalhães.
“O povo fala: ‘Com o tempo vai passar’, mas não passa. Eu nunca vou falar que tenho dois filhos, vou falar que tenho três filhos: Guilherme, Amélia e Yasmin”, disse a mãe, em entrevista à TV Anhanguera.
O corpo de Amélia Vitória foi encontrado no último sábado (2/12), enrolado em um lençol, no Parque Haiala, em Aparecida de Goiânia, na região metropolitana da capital. A adolescente desapareceu no dia 30 de novembro, quando saiu de casa para buscar a irmã caçula na escola, no Residencial Astória.
Assustada
Conforme as investigações do caso pela Polícia Civil do estado, Amélia foi abordada por Janildo e ameaçada com uma faca. O suspeito levou a garota para uma região de mata, onde abusou sexualmente dela.
Em seguida, a obrigou a se sentar no cano da bicicleta dele e percorreu um trajeto de cerca de 6 km, até chegar em uma casa abandonada, onde ele a estuprou novamente e a matou asfixiada.
“Eu sei que ela estava assustada, porque se não ela teria saído correndo. Eu conheço a filha que eu tenho, ela estava assustada”, lamenta a mãe.
Amélia tinha um irmão mais velho e uma irmã caçula. Segundo Cristina, o filho mais velho tem se sentido culpado por não ter conseguido proteger a irmã. Enquanto isso, a filha caçula não quer ficar em casa por conta da tristeza que sente ao não encontrar Amélia por lá.
“Meu filho também está numa tristeza enorme, evita até chorar perto de mim. Ele vai em um cantinho e começa a chorar e chorar. Ontem mesmo ele me falou: ‘Ôh mãe, se eu não tivesse ido trabalhar, eu tinha cuidado da minha irmã. eu sou o mais velho, queria proteger ela e não consegui’, e eu falei pra ele: ‘Ôh meu filho, você não tem culpa não'”, desabafou Cristina.
Amélia “em paz”
Amélia foi sepultada no último domingo (3/12), em um momento de bastante emoção e um arco-íris no céu. Segundo a mãe, o fenômeno foi um sinal divino de que a filha está em paz e ao lado de Deus.
“Aquele sinal no enterro dela do arco-íris, que Deus mandou, para mim foi tudo. Mostrou para mim que ele estava com ela e que estava com a gente […] Deus me falou, me mostrou que estava com ela, que ela subiu direto [ para o céu ]. A minha alegria é porque ela subiu direto”, diz a mãe emocionada.