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“Não houve formação de grupo para estudar kit Covid”, diz médico convocado para CPI

Nesta quarta-feira, Carlos Carvalho explicou que foi procurado para coordenar estudos sobre diversos medicamentos, não só sobre o kit Covid

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Carlos Carvalho, Diretor da Divisão de Pneumologia do Instituto do Coração (InCor) do HCFMUSP
1 de 1 Carlos Carvalho, Diretor da Divisão de Pneumologia do Instituto do Coração (InCor) do HCFMUSP - Foto: HCFMUSP

O médico Carlos Carvalho, que coordena o grupo estudos sobre o uso de medicamentos para tratamento de Covid-19 junto à Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias ao SUS (Conitec), disse que nunca houve a formação de uma equipe para analisar o chamado kit Covid.

Em entrevista ao canal de televisão GloboNews, nesta quarta-feira (13/10), Carvalho explicou que foi procurado pelo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, para coordenar um grupo de especialistas que avaliaram o uso de diversos fármacos para pacientes diagnosticados com coronavírus.

Carvalho conta que os técnicos analisaram oito pontos no tratamento dos pacientes: desde a possibilidade de remédios para uso ambulatorial, até a utilização de fármacos nos leitos de UTI.

“Não houve, em nenhum momento, a formação de um grupo para estudar kit Covid, porque isso não faz parte da linha de cuidados do paciente. Tanto para o tratamento hospitalar como para o tratamento ambulatorial, discutimos todos os fármacos que poderiam ser utilizados, entre eles esses que estão mais comentados aí, que não necessariamente são os mais importantes para nós do ponto de vista técnico”, afirmou.

Carvalho deve prestar depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19 no Senado Federal na próxima segunda-feira (18/10).

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Os senadores querem saber o motivo pelo qual um dos relatórios elaborados pela Conitec, sob supervisão de Carvalho, foi retirado da pauta da comissão na última quinta-feira (7/10). Segundo o Ministério da Saúde, a votação foi cancelada à pedido de Carvalho para que fossem incluídas novas evidências científicas no documento.

O relatório que seria analisado é intitulado de Diretrizes Brasileiras para Tratamento Medicamentoso Ambulatorial do Paciente com Covid-19.

O documento prevê que os medicamentos analisados não devem ser usados para tratar pacientes com suspeita ou diagnóstico positivo de Covid, pois não há evidências científicas suficientes que justifiquem o uso dos fármacos. O documento seria levado ao plenário da Conitec e divulgado para audiência pública pelos 10 dias seguintes. No entanto, a discussão sobre o relatório foi adiada.

Nesta quarta-feira, Carvalho disse acreditar que a população tem dado uma “repercussão exagerada” sobre a retirada do relatório de pauta.

“De um projeto bastante longo, se está dando uma repercussão um pouquinho exagerada a mais, para um trabalho bastante extenso. Se nós imaginarmos que em cada um dos tópicos tinham pelo menos 20 especialistas, ao todo temos mais de 100 professores, pesquisadores e especialistas que se debruçaram sobre a literatura médica, para gerar um documento para orientar o tratamento pelo SUS. É isso que fizemos”, pontuou.

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