“Não foi surrupiado”, diz Bolsonaro sobre joias sauditas
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ganhou três conjuntos de joias do regime da Arábia Saudita durante o seu governo
atualizado
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O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) declarou que joias do regime da Arábia Saudita não foram surrupiadas ao ser questionado por repórter da CNN sobre paradeiro dos presentes milionários. O ex-chefe do Executivo embarcou na noite desta quarta-feira (29/3) no Aeroporto Internacional de Orlando, nos Estados Unidos, para a viagem de volta ao Brasil.
“Está a disposição, não está escondido, não foi surrupiado de lá. Mais da metade em volume nós já doamos, doamos para o órgão certo, Acervo Nacional e Biblioteca Nacional. […] Estão no meu acervo [as joias], agora perguntar onde é eu não posso divulgar”, declarou o ex-presidente.
Bolsonaro afirmou que os objetos de luxo foram cadastrados como itens do arquivo do presidente. O político destacou que recebeu, em 2021, um ministro do seu governo que viajou para Arábia Saudita e recebeu do regime dois presentes – um seria para o então chefe do Executivo e o outro para Michelle Bolsonaro.
“Deixo bem claro: em 2021, um ministro nosso foi na região […] da Arábia Saudita e ganhou dois presentes, um pra mim, um pra primeira-dama. O pra mim, tomei conhecimento no final do ano passado que tinha chegado. A primeira-dama […] ficou na alfândega. Ela tomou conhecimento, e eu também, pela imprensa”, alegou o ex-presidente Bolsonaro.
TCU
O Tribunal de Contas da União (TCU) determinou que os estojos com as joias recebidos pelo presidente devem ser entregues às autoridades. No dia 24 de março, o advogado de Bolsonaro, Paulo Amador da Cunha Bueno, levou um kit composto por um relógio com pulseira de couro, par de abotoaduras, caneta rosa gold, anel e um masbaha rose gold da marca suíça Chopard à Caixa Econômica Federal .
“A lei diz que eu posso ficar com o material e posso usá-lo, não posso vendê-lo. O TCU entendeu que esse material nem podia ser usado. Sem problema nenhum. Quem vai usar um relógio, por exemplo, de 200, 300 mil reais? Eu jamais usaria”, disse Bolsonaro.