“Não estou preocupado”, afirma Queiroga sobre indiciamento na CPI
Relatório final do colegiado será apresentado na manhã desta quarta-feira pelo senador Renan Calheiros (MDB-AL)
atualizado
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O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse, nesta quarta-feira (20/10), que não tem preocupações com o indiciamento na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19 do Senado Federal.
O relatório final da CPI, que conta com 1.180 páginas, será apresentado na manhã desta quarta-feira pelo senador Renan Calheiros (MDB-AL), relator da comissão.
No parecer, há pedidos de indiciamentos de 70 pessoas e duas empresas. Entre os nomes, estão o do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, e de ex-ministros de estado, como Eduardo Pazuello (Saúde) e Ernesto Araújo (Relações Exteriores).
A expectativa é de que Queiroga seja indiciado por epidemia culposa com resultado morte e prevaricação. Questionado sobre as acusações, o ministro afirmou não estar preocupado.
“A minha preocupação aqui é em condição à saúde, é isso que estou fazendo aqui. Acho que estou fazendo bem, temos aí uma redução no número de casos, óbitos [por Covid]. A campanha de vacinação está muito bem sucedida. Temos certeza que reduzimos e salvamos a vida de milhares e milhares de brasileiros. Não estou preocupado com isso, sinceramente”, pontuou.
Pós-CPI
Após a votação do relatório, a cúpula da CPI pretende, inicialmente, entregar o documento à Procuradoria-Geral da República (PGR) e, em seguida, ao presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), a fim de que este analise eventuais crimes de responsabilidade que tenham sido cometidos pelo titular do Palácio do Planalto.
Na sequência, os parlamentares deverão entregar, presencialmente, o parecer ao Ministério Público de São Paulo (MPSP) e à Câmara Municipal de São Paulo, em razão de investigações conduzidas por esses órgãos que envolvem possíveis irregularidades cometidas pela Prevent Sênior no tratamento de pacientes da operadora.
A última agenda dos senadores ainda prevê a entrega do texto ao Tribunal Penal Internacional (TPI), em Haia, na Holanda, para que se apurem possíveis crimes contra a humanidade por parte do governo Bolsonaro na gestão da pandemia.
Os integrantes do G7 querem também transformar a comissão do Senado em uma frente parlamentar, para monitorar os desdobramentos das apurações conduzidas por eles na CPI.
No total, a Comissão da Covid funcionou por quase seis meses, com 64 reuniões e 366 horas de trabalho, com 57 depoimentos, além de 1.055 requerimentos, 521 pedidos de informação e 251 quebras de sigilo, totalizando 9,4 terabytes de documentos recebidos.