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“Não estou na CPI pensando em impeachment”, afirma senador Omar Aziz

Favorito para presidir a CPI da Covid-19, o parlamentar disse ao Metrópoles que o objetivo da comissão é “fazer justiça, e não vingança”

atualizado

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Rachel Sheherazade entrevista Omar Aziz
1 de 1 Rachel Sheherazade entrevista Omar Aziz - Foto: Metrópoles

Favorito para presidir a CPI da Covid, o senador Omar Aziz (PSD-AM) afirmou, em entrevista ao Metrópoles, que não irá participar da comissão pensando em um possível impeachment do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). “Essa CPI não é contra ninguém”, disse.

“Se uma pessoa fosse responsável, e a gente crucificasse essa pessoa, enforcasse, resolveria o problema? Não. Esse tipo de argumento, de que estão criando uma CPI para cassar o Bolsonaro, não [tem fundamento]. Eu não estou nessa CPI pensando nisso. Agora, quero saber por que o Brasil não fez barreira sanitária”, pontuou (confira a partir de 21’20”).

Aziz elencou as principais perguntas que pretende responder ao longo das investigações. Além da ausência de medidas para restringir a entrada de estrangeiros no país, ele citou a falta de oxigênio nos hospitais e a escassez de vacinas para imunizar a população.

De acordo com o senador, a recusa do governo à oferta de 70 milhões de doses da vacina produzida pela Pfizer, no fim do ano passado, será alvo do escrutínio dos integrantes da comissão. “Eles falavam em um contrato draconiano. Tudo bem, vamos ver o contrato. Qual foi o contrato que a gente fez com as outras vacinas?”, questionou. “Mas tem coisa pior, no meu ponto de vista. A Sputnik, por que ela ainda não está no Brasil? Você acha que a Rússia, que já levou o homem à lua, vai fazer uma vacina que não preste?”, continuou (37′).

“Nós não vamos fazer uma CPI de vingança. Nós queremos uma CPI para fazer justiça”, afirmou. “Uma CPI para as 380 mil vítimas que o Brasil já teve. Nós somos 2,5% da população mundial, só que o número de óbitos no Brasil é 26% do total de mortes por Covid no mundo. Alguma coisa não tá certa.”

Pizza e palanque
O senador garantiu que a CPI não acabará em pizza e não será utilizada como palanque: “A primeira coisa que eu pedirei como presidente é: essas 380 mil vidas perdidas até agora não merecem que façam um palanque político. Vamos respeitar as vítimas que se foram, os parentes que choram” (17’37).

Aziz afirmou que não teme pressões externas. “Estive com o Bolsonaro uma vez na vida. Não sei qual pressão pode exercer sobre mim”, disse. De acordo com o parlamentar, a comissão será composta por senadores experientes e com longas trajetórias políticas. “Não vamos jogar nosso legado fora”, afirmou (10′).

Sobre a definição do senador Renan Calheiros (MDB-AL) para a relatoria da CPI, Aziz destacou que o posto foi oferecido ao MDB, partido com a maior bancada no Senado, e que a sigla o escolheu.

Na entrevista, o senador criticou a prescrição de cloroquina e defendeu o isolamento social. “Eu sei que é importante a economia. Eu sei muito bem das necessidades das pessoas, mas o cara que quebrar [financeiramente] pode se levantar, mas quem perde a vida não volta”, salientou.

“Você dizer que quanto mais morrer, mais imunizado o povo brasileiro vai ficar é que nem o Hitler fez querendo ter uma raça pura. Mas não creio que foi esse o pensamento do presidente. Ele foi orientado de uma forma equivocada, não foi da cabeça dele. Um dia eu vou perguntar pra ele, se tiver a oportunidade: presidente, quem foi que te falou em imunização de rebanho? A variante de Manaus provou que há reinfecção e que a vacina não garante que você não vai contrair e transmitir”, assinalou (31’25”).

Queiroga e Mandetta
Como já mostrou o Metrópoles, Aziz afirmou que o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta e o atual chefe da pasta, Marcelo Queiroga, podem ser os primeiros convocados para depor na comissão que irá investigar ações e omissões do Executivo nacional e fiscalizar a aplicação de recursos federais por estados e municípios.

“O grande questionamento de todo mundo é por onde começar. Alguns acham que devemos começar ouvindo o ex-ministro Mandetta. Outros estão achando que devemos ouvir o Queiroga, que é ministro, para saber como é que ele encontrou… Fazer uma série de perguntas que eu não vou antecipar. Mas tenho certeza de que vamos começar a investigação ouvindo primeiramente aqueles que passaram pelo Ministério da Saúde”, afirmou Aziz.

A previsão é de que os primeiros depoimentos ocorram na próxima quarta-feira (28/4), um dia após a instalação da CPI, com a eleição do presidente e do vice-presidente da comissão.

Confira a íntegra da entrevista:

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