“Nada justifica o que aconteceu”, desabafa vítima de estupro coletivo
A adolescente de 16 anos publicou depoimentos no Twitter e no Facebook. Neste último, afirmou: “A culpa nunca é da vítima”
atualizado
Compartilhar notícia
A adolescente de 16 anos, vítima de estupro coletivo, no Rio de Janeiro, publicou desabafos no Twitter e no Facebook. “O que mais dói é saber que mulheres estão falando coisas contra, cuidado isso pode acontecer com qualquer uma” (sic). Ela disse que todos sabiam que ela fumava, bebia e que andava em favelas. “Mas não é por esse motivo que justifica isso”, completou a jovem no Twitter. As informações foram publicadas neste sábado (28/5) pelo jornal O Globo.
Ela apagou o perfil no Facebook no fim da tarde deste sábado (28/5). Porém, mais cedo, voltou a usar a rede social para refutar acusações de que busca apenas atrair atenção com sua história. Ao longo do dia, suas postagens mais recentes foram coalhadas de comentários depreciativos, de homens e mulheres, criticando seu comportamento e acusando-a de não ter sido estuprada. Alguns chegavam a oferecer links para os vídeos do crime.
A adolescente aderiu à campanha “Eu luto pelo fim da cultura do estupro”, colando os dizeres acima de sua foto de perfil no Facebook. A jovem ainda pediu que parem de culpá-la pela violência sofrida. “A culpa nunca é da vítima”, escreveu.
“Não, eu não quero mídia, não fui eu que postei fotinha (sic) muito menos vídeo! Então parem de me culpar quem errou e procurou não fui eu!”, disse a menina, que relatou ter sido atacada por 33 agressores.
Vídeo
Na noite de sexta-feira, um homem identificado como Ray de Souza confessou ter gravado um vídeo da adolescente após ter tido relações sexuais com ela. Depois, mandou as imagens para um amigo por meio do aplicativo de mensagens WhatsApp. O caso ocorreu no fim de semana passado, mas só na terça-feira (24) a polícia ficou sabendo do vídeo.
Souza chegou ontem à Cidade da Polícia, sede das delegacias especializadas na zona norte do Rio, junto com Lucas Duarte Santos, de 20 anos, jogador do Boavista (clube da primeira divisão do Campeonato Carioca) e até então apontado como namorado da vítima, e uma jovem não identificada.
De acordo com o advogado de Santos, Eduardo Antunes, seu cliente contou que, após participar de um baile funk, dois casais (Lucas Santos, Ray de Souza, a jovem que prestou depoimento e a vítima do estupro) se reuniram em uma casa abandonada no Morro da Barão, na Praça Seca, zona oeste.
A adolescente de 16 anos teria tido relações sexuais com Souza. No mesmo local e momento, Santos teria tido relações com a outra jovem. O advogado afirmou que os três teriam deixado a adolescente na casa e que não podiam dizer se houve estupro em seguida.