Na web, monarquistas brasileiros atacam a República: “Golpe e infâmia”
Ex-ministros da ala ideológica do governo Bolsonaro, como Abraham Weintraub e Ernesto Araújo, estão entre nostálgicos da monarquia
atualizado
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O feriado de 15 de novembro não é dia de festa para os brasileiros nostálgicos do período monárquico encerrado pelos militares em 1889. Chamando a Proclamação da República de golpe, os monarquistas estão promovendo seu protesto anual contra esse acontecimento histórico e usando sobretudo a internet, mas há também quem esteja exibindo nas ruas – e até no Museu do Ipiranga, em São Paulo – versões imperiais da bandeira brasileira.
Além de promoverem seu descontentamento com uma hashtag nas redes, a #diadogolpe, os “monarquistas contemporâneos” atacam quem celebra a data. O presidente em exercício Hamilton Mourão (PRTB) que o diga.
Ainda pela manhã desta segunda, Mourão postou no Twitter que “o povo brasileiro acordou no dia 15 de novembro de 1889 cheio de esperança com o futuro do país” e que a derrubada da monarquia “proporcionou o crescimento necessário para termos no povo nosso maior representante”. As respostas a essa postagem são, na enorme maioria, críticas:
“Não concordo! Na minha opinião a Família Real amava bem mais essa nação. A República foi um golpe”, escreveu um internauta. “O que houve foi um golpe sem apoio popular, bancado pelas elites econômicas com a conivência da ala traidora do exército”, respondeu outro. “A República veio de golpe de maçons vendidos à França ateísta”, avaliou um terceiro.
Entre os monarquistas que discordam de Mourão estão políticos que participam ou participaram do governo de Jair Bolsonaro (ainda sem partido), como o ex-ministro da Educação Abraham Weintraub, que usou suas redes sociais para dizer que “brasileiro comemorar o dia 15 de novembro é igual a troianos festejarem o dia que abriram seus portões para o Cavalo de Troia” e que “a República de Deodoro nasceu da perfídia, viveu de mentiras e se alimentou da corrupção”.
Em imagem usada pelo ex-ministro, a imagem do marechal Deodoro da Fonseca, primeiro presidente do país, foi sobreposta a uma foto do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Veja:
Weintraub, aliás, confirmou presença no evento que deverá ser o ápice dos protestos monarquistas desta segunda: uma live esta noite que reunirá o “príncipe” dom Bertrand de Orléans e Bragança e outros dois ex-ministros do governo Bolsonaro: Ernesto Araújo e Ricardo Salles. O evento tem o sugestivo nome de “Dia da Infâmia”.
Veja mais imagens do desgosto dos monarquistas brasileiros: