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Na última semana, a cada 100 mortes no mundo por Covid, 13 foram no Brasil

No ranking, brasileiros perdem apenas para americanos, responsáveis por 28% dos óbitos nos últimos 7 dias

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Hugo Barreto/Metrópoles
Cemitério Nossa Senhora Aparecida, em Manaus (AM). Capital registra recorde atrás de recorde em número de sepultamentos
1 de 1 Cemitério Nossa Senhora Aparecida, em Manaus (AM). Capital registra recorde atrás de recorde em número de sepultamentos - Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

Na contramão de alguns países do mundo, que já apresentam quedas expressivas nos casos de Covid-19 e nas mortes em decorrência da doença, o Brasil vive um cenário aterrorizante. Além da vacinação, que caminha a passos lentos, e da falta de leitos de unidade de terapia intensiva (UTI), a alta no número de óbitos tem preocupado – só nos últimos sete dias, 9.314 brasileiros perderam a batalha contra o novo coronavírus e 460.755‬ foram contaminados.

Com as 1.910 mortes registradas na quarta-feira (3/3), o país está, desde o dia 21 de janeiro, com média móvel de óbitos acima de mil – são 42 dias seguidos, a maior sequência desde o início da pandemia. Os números, que falam por si, são ainda mais preocupantes, tendo em vista o panorama global: na última semana, a cada 100 mortes no mundo por Covid-19, pelo menos 13 foram registradas no Brasil. No ranking, perdemos apenas para os americanos, responsáveis por 28% dos falecimentos da semana.

Os dados divulgados fazem parte de um levantamento do (M)Dados, núcleo de jornalismo de dados do Metrópoles, que acompanha diariamente o avanço do novo coronavírus no Brasil.

Segundo o médico intensivista Otavio Ranzani, pesquisador da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) e do Instituto de Saúde Global (ISGlobal), o país está na pior fase da pandemia. “Eu e tantos outros dissemos que isso seria o mais provável: um colapso generalizado e mais rápido do que o visto na primeira onda. É o que está acontecendo. A pandemia só vai passar depois de termos muita gente vacinada. Não temos tratamento direto para o vírus. O tratamento é não pegar, nem transmitir, e vacinar”, assinala o especialista, que é referência nas redes sociais sobre o assunto.

Em entrevista ao Metrópoles, Tarcísio Marciano da Rocha Filho, professor do Instituto de Física da Universidade de Brasília (UnB) e um dos membros de um grupo de pesquisa interdisciplinar que abarca várias universidades brasileiras para estudar o avanço da Covid-19 no país, também ressaltou a preocupação com os índices do Brasil. “O número real de óbitos por Covid-19 é bem superior ao anunciado oficialmente, chegando a mais de 365 mil mortes. E isso é uma progressão por baixo”, salienta. Ele frisa ainda que, “na conta, por exemplo, não colocamos os falecimentos pelas sequelas da doença, que são mais comuns do que se imagina”.

 Taxa de transmissão do vírus

De acordo com estudo do Imperial College London, a taxa de transmissão da Covid-19 no país indica que a doença está fora de controle. No último boletim, publicado em 2 de março, esse índice chegou a 1.13 – o panorama mostra que, para cada 100 pessoas doentes, 113 poderão ser contaminadas.

O índice Rt, desenvolvido pela instituição britânica, é traçado a partir de um modelo matemático que usa o número de mortes confirmadas pela Covid-19 em uma semana para prever quantas pessoas correm o risco de serem infectadas nos sete dias seguintes.

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