Na saída de Villas Bôas, Exército cita instabilidade política no país
A corporação publicou texto destacando o que chamou de “firmeza” do general na defesa da Constituição em momentos de crise política e social
atualizado
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O comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas, vai passar o controle geral da instituição para Edson Leal Pujol em cerimônia que será realizada nesta sexta-feira (11/1), em Brasília. Em uma espécie de agradecimento, o Exército publicou um texto em sua página na internet enaltecendo a “firmeza” do dirigente ao longo da sua gestão e fez referência ao que chamou de “instabilidade política” que o militar teve de lidar à frente das tropas.
A publicação diz que o general aliou “a serenidade característica de sua personalidade à firmeza na ênfase do papel do Exército, definido na Constituição, especialmente nos momentos de instabilidade política e social”.
Nos quatro anos que Villas Bôas passou à frente do Exército, o Brasil enfrentou o ápice da Operação Lava Jato, que mostrou o envolvimento de boa parte da cúpula política do país em esquemas de corrupção, o impeachment de Dilma Rousseff e a posse de Michel Temer na presidência.
Segundo o texto, o general teve um papel “apaziguador” diante dessas crises sociais e políticas, classificadas pela corporação como “turbulência”.
“Em meio à turbulência, o general Villas Bôas foi a voz do Exército Brasileiro, deixando clara a percepção da crise ética vivida pelo país, mas ressaltando a importância da manutenção da estabilidade, da legalidade e da legitimidade, bem como a defesa da Constituição Federal”, diz trecho do texto.
Outro ponto ressaltado pelo Exército em relação à gestão do comandante, foi a sua comunicação com as autoridades civis e veículos de imprensa, além do público em geral. O reconhecimento de toda essa trajetória, de acordo com a publicação, está visível nos comentários de usuários nas redes sociais. Villas Bôas é usuário assíduo dessas plataformas, sobretudo do Twitter, onde tem mais de 420 mil seguidores.
Por fim, o texto destaca a manutenção de ações operacionais mesmo num “contexto econômico desfavorável”. As intervenções federais nos estados do Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte e do Espírito Santo são apontadas como algumas das missões mantidas, mesmo com orçamento limitado, para a garantia da paz social.