Na reta final, França reforça artilharia contra Bruno Covas em São Paulo
Candidato do PSB encerra campanha com ataques a Doria e acusa prefeito de abuso do poder político em ação na Justiça Eleitoral
atualizado
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São Paulo – O candidato do PSB à Prefeitura de São Paulo, Márcio França, encerrou neste sábado (14/11) a agenda pública de campanha do primeiro turno renovando os ataques ao governador João Doria e ao prefeito Bruno Covas, ambos do PSDB. Após promover carreatas pela manhã, França se reuniu com a militância no Parque São Jorge, no Tatuapé, na zona leste da cidade.
Na sexta-feira, a coligação do candidato ajuizou uma ação na Justiça Eleitoral contra o atual prefeito, alegando abuso de poder político e econômico. Para os advogados de França, Covas usou a “máquina pública em seu favor para conseguir seu intento eleitoral”, o que configuraria “flagrante quebra da imparcialidade entre os postulantes”.
O documento destaca, entre diversas acusações, o suposto desvio de finalidade relativo ao hospital Bela Vista “com nítido viés eleitoral” e a renovação de contratos de radares da cidade.
“Acho que o principal é que a gente foi somando. Uma coisa ou duas, você deixa escapar”, afirmou França. “Quando o governo municipal faz live de dentro da Prefeitura, os secretários fazem lives, eles estão se utilizando de uma estrutura que é pública, que não pertence a eles”, afirmou França, em coletiva de imprensa em frente ao Aeroporto do Campo de Marte, de onde partiu uma das carreatas.
Em agenda de campanha pela manhã, Covas reagiu às acusações e comparou o ex-governador ao presidente Donald Trump. “Quando a gente sai candidato, a gente está preparado para duas possibilidades: ganhar ou perder a eleição. Parece que Donald Trump está fazendo escola aqui também”, afirmou o prefeito.
No evento no Parque São Jorge, o candidato do PSB voltou a criticar Doria e a gestão do atual prefeito. “Ele foi eleito, e eu respeito o governador. Só que eu acho que ele não tem sensibilidade social, não consegue enxergar as pessoas. Quando ele fala que aqui em São Paulo todo aposentado é vagabundo, ele na verdade ofende todo mundo que cada um de nós um dia vai ser aposentado. Ninguém é governador, ninguém é prefeito, ninguém é presidente, todo mundo está nestes cargos. Ninguém é definitivamente um cargo”, discursou.
França também criticou a gestão de Covas no combate à pandemia. “Não dá para aguentar a incompetência do poder público, que deixou as pessoas circularem nos coletivos, nos ônibus e nos metrôs, sem preparar esses ônibus para que as pessoas pudessem entrar, e empurrando as pessoas para o carnaval. Eu brinco que foi o Carnacorona, que foi carnaval para convocar as pessoas para pegarem o vírus”, afirmou.
O ex-governador reforçou que disputará o segundo turno com o atual prefeito, apostando nos votos da periferia para avançar no pleito. “Há seis meses eu disse que a nossa disputa seria contra o Bruno. Vai ser ele contra nós de novo, e São Paulo já me deu 1 milhão de votos a mais do que neles (PSDB nas eleições de 2018 para o governo do estado). Eles podem ganhar nos bairros de classe mais alta, mas, quando chega na comunidade mais pobre, as pessoas falam que vão votar em quem tem sensibilidade, tem pulso e se incomoda com o problema dos outros. Nós nos incomodamos”, afirmou.