Na rede pública, estudantes falam em protestos e ocupação
Para os alunos, as reformas propostas pelo governo federal estão ensinando os estudantes a serem uma massa de trabalhadores e não pensadores
atualizado
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Estudantes de escola pública e militantes de entidades estudantis já falam em fazer protestos contra as reformas propostas pelo governo federal. Para a estudante do 3.º ano do ensino médio Helen Cristine, de 17 anos, que está na Escola Estadual Dário de Queiroz e participou das ocupações de colégios estaduais em 2015, contra a reorganização propostas pela gestão Geraldo Alckmin (PSDB), faltou diálogo com os estudantes. “Os alunos, que vão sofrer com isso, nem sequer foram consultados”, disse.
Para ela, o novo modelo causará ainda mais evasão escolar. “A gente sabe que o que querem é ensinar só Exatas e Linguagens. Estão ensinando os estudantes para serem massa de trabalhadores, não pensadores. Eu já não gostava de ficar na escola no período normal. Agora, então, com sete horas e sem Artes nem Educação Física, não vai ter incentivo nenhum para ir à escola. Acredito que novas ondas de ocupações podem acontecer.”
Estudantes já marcaram o primeiro protesto contra as mudanças no ensino médio. Um evento no Facebook, com o título “ato contra a reforma do ensino médio – São Paulo” já tem 1,6 mil pessoas confirmadas e está marcado para as 18 horas de segunda-feira (26/9), no vão-livre do Museu de Arte de São Paulo (Masp).
Também estão previstos atos nacionais no dia 5 de outubro, segundo a presidente da União Brasileira de Estudantes Secundaristas (Ubes), Camila Lanes. “Os estudantes não se sentiram contemplados pela reforma”, afirma ela.