Na posse, Bruno Covas diz: “Política não é para intolerantes e lacradores”
Bruno Covas voltou ao mesmo tom da campanha e disse que São Paulo escolheu a “moderação” e o “respeito à ciência”
atualizado
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Reeleito, Bruno Covas (PSDB) tomou posse nesta sexta-feira (1º/1) para comanda a Prefeitura de São Paulo na Câmara Municipal de Vereadores da cidade. Ele derrotou o candidato do PSol, Guilherme Boulos, no segundo das eleições.
Em seu discurso de posse, Bruno Covas voltou ao mesmo tom da campanha e disse que São Paulo escolheu a “moderação” e o “respeito à ciência”. “Não há tempo para radicalismos”, disse. Um dos adjetivos que sua campanha tentou colar no adversário foi o de “radical”.
“Política não é terreno para intolerantes e nem para lacradores de redes sociais”, disse o prefeito em seu discurso.
Covas afirmou ainda que teve a certeza de que os paulistanos fizeram a melhor escolha. “Creio que nosso projeto foi e será capaz de traduzir os sentimentos e as vozes da população. Tenho clara noção da responsabilidade que repousa sobre meus ombros e a consciência dos desafios que tenho por vir.”
Em recuperação de um câncer, o prefeito assinalou que está com o “corpo pronto para o que der e vier”. “Temos projeto, temos programa, sabemos o rumo que deve ser seguido”, emendou.
Ele prometeu ter como foco o combate à pandemia e a redução das desigualdades. “São Paulo é rica, diversa, mas profundamente injusta”. Afirmou que tem pressa para o retorno das aulas presenciais e que ampliará o amparo à população afetada pela pandemia, especialmente com perda de renda.
Segundo ele, o vírus do ódio e intolerância precisam ser banidos da sociedade. “Política não é terreno para intolerantes nem para lacradores de redes sociais. Política é campo de diálogo e as urnas deram recado de moderação muito claro.”
O prefeito tucano também manifestou “repúdio inegociável com o racismo”, afirmou que convidou duas mulheres negras para compor o primeiro escalão e disse que ampliou a presença de mulheres no governo. Segundo ele, um terço das titulares são mulheres, entre elas está a ex-prefeita Marta Suplicy.
Após a vitória das urnas, Covas sancionou o aumento 46% em seu próprio salário. A medida foi bastante criticada pela oposição por ter sido aprovada em ano de crise econômica acentuada por causa da pandemia de coronavírus.
Na cerimônia, o governador João Doria (PSDB) afirmou que a prioridade do estado em parceria com os municípios é a saúde. Ele destacou as mais de 190 mil vidas que foram perdidas no país com a pandemia de coronavírus.
“Por isso louvo vereadores que exaltaram a importância da vacina já. A vacina que vai nos dar a oportunidade da volta à realidade. O estado se compromete em apoiar a defesa da saúde e da vida”, disse o governador.
Em seguida, o vice-prefeito empossado Ricardo Nunes (MDB) também ressaltou esforços do estado e da capital em relação à saúde. Segundo ele, ninguém ficou sem tratamento contra a Covid-19, sem leito de UTI ou respirador na capital paulista.