Na ONU, Lula diz que Conselho de Segurança “tem perdido credibilidade”
Presidente Lula discursou na Assembleia Geral da ONU, nesta terça (19/9), e defendeu que
atualizado
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Em discurso na 78ª Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU), nesta terça-feira (19/9), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou o Conselho de Segurança do próprio organismo multilateral, ao afirmar que ele “vem perdendo progressivamente a credibilidade”.
“Essa fragilidade decorre em particular da ação de seus membros permanentes, que travam guerras não autorizadas em busca de expansão territorial ou de mudança de regime”.
De acordo com o mandatário, a “paralisia [do Conselho de Segurança] é a prova mais eloquente da necessidade e urgência de reformá-lo, conferindo-lhe maior representatividade e eficácia”.
No pronunciamento desta terça, o petista repetiu o discurso que vem defendendo desde a sua estreia no palco internacional, há 20 anos, de que é necessária uma reforma na governança global. O Conselho de Segurança é a agência da ONU responsável pela manutenção da paz e da segurança internacionais.
O Brasil é membro não permanente do órgão da ONU desde 1º/1/2022. Para encerrar conflitos ou auxiliar na recuperação pós-catástrofes, a instância pode ordenar operações militares internacionais, aplicar sanções e criar missões de paz. O Brasil já foi responsável por uma dessas missões, no Haiti, iniciada em 2004.
O órgão é atualmente composto por 15 membros com direito a voto, os cinco permanentes têm direito a veto. São eles: Estados Unidos, Rússia, China, França e Reino Unido. Os demais 10 assentos são distribuídos de acordo com a região.
A defesa de uma reformulação se intensificou depois do início da guerra na Ucrânia, quando o mandatário brasileiro passou a defender a criação de um novo grupo de países para “sentar-se à mesa tanto com a Ucrânia quanto com a Rússia para encontrar a paz”.
Também nesta terça, o mandatário questionou o papel do organismo multilateral em manter a paz no Leste Europeu.
Segundo Lula, “a guerra da Ucrânia escancara nossa incapacidade coletiva de fazer prevalecer os propósitos e princípios da Carta da ONU. Não subestimamos as dificuldades para alcançar a paz. Mas nenhuma solução será duradoura se não for baseada no diálogo”, afirmou.