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Na ONU, Brasil vota contra queda do embargo americano a Cuba

Desde Collor, país se posiciona a favor do fim das sanções econômicas. Embaixador na ONU, Mauro Vieira, foi instruído por Ernesto Araújo

atualizado

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Alan Santos/PR
Ernesto Araújo – EUA
1 de 1 Ernesto Araújo – EUA - Foto: Alan Santos/PR

Pela primeira vez em 27 anos, Brasil votou contra a resolução da Organização das Nações Unidas (ONU) que pede o fim do embargo dos Estados Unidos a Cuba, alterando uma posição diplomática adotada desde 1992, quando se votou pela primeira vez pela condenação ao embargo, ainda no governo do ex-presidente Fernando Collor de Melo.

A resolução foi votada nesta quinta-feira (07/11/2019) na plenária da Assembleia-Geral da ONU e foi aprovada por 187 votos a favor, três contra, e duas abstenções. Além do Brasil, os únicos países que votaram contra a resolução foram Israel e os próprios Estados Unidos. Colômbia e Ucrânia se abstiveram.

A mudança da posição brasileira segue o princípio de alinhamento do presidente Jair Bolsonaro (PSL) com o do presidente dos EUA, Donald Trump. A resolução condenando o embargo é apresenta pela Assembleia-Geral desde 1992.

O embaixador do Brasil na ONU, Mauro Vieira, foi instruído a votar pela manutenção do embargo pelo chanceler Ernesto Araújo, chefe do Ministério das Relações Exteriores (foto em destaque).

No ano passado, a resolução foi aprovada por 189 países, com votos contrários apenas dos Estados Unidos e de Israel, e sem os votos de Moldávia e Ucrânia.

Bolsonaro é crítico a Cuba. Em seu discurso na Assembleia-Geral da ONU, em setembro, o presidente brasileiro afirmou que um plano de Castro, Hugo Chávez e Lula para estabelecer o socialismo na América Latina ainda está vivo e precisa ser combatido.

Desde 1992, todos os presidente brasileiros votaram a favor da resolução. Além de Collor, Fernando Henrique Cardoso, Luiz Inácio Lula da Silva, Dilma Roussef e Michel Temer tiveram posições diferentes desta adotada por Bolsonaro.

A resolução defende que o embargo é contrário à liberdade de comércio e de navegação consagrada no direito internacional. O chanceler cubano, Bruno Rodríguez, afirmou na ONU que o bloqueio já provocou um prejuízo calculado em US$ 1,39 trilhões a seu país.

Rodríguez ressaltou que o fim do embargo, que classificou como “um ato de genocídio”, é essencial para melhorar a qualidade de vida do povo cubano. Segundo o chanceler, o bloqueio viola massivamente uma série de direitos humanos.

A sanção dos EUA contra Cuba já dura 57 anos. A intenção dos norte-americanos era enfraquecer o regime socialista na ilha. O fim do embargo depende do Congresso americano.

Em 2014, o ex-presidente Barack Obama se aproximou de Cuba. Em 2016, o país se absteve na votação da resolução. Trump desde que chegou a Casa Branca voltou a aplicar sanções contra a ilha.

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