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Na Liga Árabe, Lula pede paz entre Israel e Hamas e faz críticas à ONU

Presidente também falou que o governo brasileiro fará um novo “aporte de recursos” para os afetados pela guerra

atualizado

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Ricardo Stuckert/Presidência
Imagem colorida do presidente Lula em discurso na Liga Árabe, no Egito - Metrópoles
1 de 1 Imagem colorida do presidente Lula em discurso na Liga Árabe, no Egito - Metrópoles - Foto: Ricardo Stuckert/Presidência

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez um discurso duro na visita à sede da Liga Árabe, no Cairo, capital do Egito. O chefe do Executivo brasileiro apelou pela paz no conflito entre Israel e o grupo Hamas, da Palestina, que ocorre desde outubro. Lula também anunciou que destinará mais recursos aos afetados pela guerra e teceu críticas aos membros da Organização das Nações Unidas (ONU).

O petista disse voltar ao Cairo em um “terrível contexto de catástrofe humanitária na Faixa de Gaza”, enclave da disputa armada entre Israel e Hamas. “O ataque do Hamas em 7 de outubro é indefensável e mereceu veemente condenação do Brasil. A reação desproporcional e indiscriminada de Israel é inadmissível e constitui um dos episódios mais trágicos desse longo conflito”, afirmou.

Lula falou que o governo brasileiro fará um novo aporte de recursos para ajudar os afetados. “A tarefa mais urgente é um cessar-fogo definitivo, que permita a prestação de ajuda humanitária e desimpedida e imediata e incondicional na libertação de reféns.”

“É urgente parar com a matança. A posição do Brasil é clara: não haverá paz enquanto não houver um Estado Palestino dentro de fronteiras mutuamente acordadas, que incluem a Faixa de Gaza e Cisjordânia, com Jerusalém oriental como capital”, argumentou.

Críticas à ONU

O presidente reforçou as críticas já feitas à ONU. Uma das maiores demandas de Lula nesse sentido é a proposta de repensar a atual liderança mundial e incluir mais países do chamado Sul Global, como o Brasil e a Índia, nos principais conselhos da organização.

“É preciso representar para aumentar o número de países no Conselho de Segurança, acabar com o direito de veto. O mundo não terá paz. São os membros do conselho permanente da ONU, os países que produzem e vendem armas, e os países que ultimamente têm feito as guerras. Foi assim no Iraque, na Líbia — a Rússia não pediu a ninguém para invadir a Ucrânia. A ONU está enfraquecida para que Israel cumpra uma das decisões”, afirmou.

O comentário do chefe do Executivo ocorre após a aprovação de diversas recomendações para um cessar-fogo entre Israel e Hamas. Por se tratar de recomendações, não existe obrigação de a sugestão ser acatada.

Outro problema para o petista é que os membros permanentes, como os Estados Unidos, têm direito a veto das soluções propostas pelas demais nações. Isso aconteceu com uma solução brasileira no Conselho de Segurança, no fim do ano passado.

“Da mesma forma que fomos contra Hamas, fomos contra o comportamento de Israel. Somente com o fim da guerra podemos construir o mundo de paz”, finalizou Lula.

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